Caro(a) amigo(a),
se você tem desejos assassinos quando algo que é planejado com carinho (como, por exemplo, ir para a aula de poesia) e alguém vem com cinco patas em seu peito pronto para estraçalhar seus planos, desejo-lhe calma. Primeiro fuja da jaula. Depois respire fundo. Reflita que há contas a pagar, aquelas cartinhas que milagrosamente vêm por debaixo da porta sem bilhetinhos prévios. Reflita que o seu saldo bancário que já está ruim poderia ficar pior. Reflita sobre suas conquistas passadas. Reflita que um futuro brilhante lhe espera. (Alguém, além de sua mãe, tem de pensar que seu futuro é brilhante. Então que seja você.)
Mas se nada disto acalmar sua fúria, meu(inha) amigo(a), tenho um conselho para lhe dar. Faça como me disse um amigo: sorria um sorriso falso e roube materiais de escritório. Já fez isso e não lhe bastou? Então o jeito é extravasar! Na impossibilidade de praticar ato sexual com outra pessoa do sexo que lhe agrade, entre no seu carro (e lembre-se que você vai pagá-lo até 2011), abra as janelas e coloque uma música de acordo com sua indignação, mas bem alto, de preferência enquanto estiver parado no aconchego do trânsito, e cante gritando a canção que estiver no seu CD, já que no rádio periga você não achar nenhuma que lhe agrade.
Hoje eu cantei gritando The Killers - For reason unknow, já que orna com o instinto assassino aflorado por demais da conta e com as percepções que ando tendo de mim mesma numa auto-análise cruel e verdadeira.
Vamos fazer juntos? Acompanhe a letra com a titia:
I pack my case, I check my face
I look a little bit older
I look a little bit colder
With one deep breath, and one big step
I move a little bit closer, I move a little bit closer
For reasons unknown
I caught my stride, I flew and flied
I know if destiny's kind, I've got the rest on my mind
Well my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to
And my eyes, they don't see you no more
And my lips, they don't kiss, they don't kiss the way they used to
And my eyes don't recognize you no more
For reasons unknown
For reasons unknown
It was an open chair
We sat down in, the open chair
[For Reasons Unknown lyrics on http://www.metrolyrics.com]
I said if destiny's kind, I've got the rest on my mind
But my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to
And my eyes, they don't see you no more
And my lips, they don't kiss, they don't kiss the way they used to
And my eyes don't recognize you at all
For reasons unknown
For reasons unknown
I said my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to
And my eyes, don't recognize you no more
And my lips, they don't kiss, they don't kiss the way they used to
And my eyes don't recognize you no more
[grite 4 vezes: For reasons unknownnn]
Chegando em casa, antes mesmo de tirar os sapatos, se alimentar e ligar para a amiga (vamos ver Bajofondo in loco?), escreva no blog. Parece que resolveu... mas, se ainda assim, restar-lhe dúvida da eficácia deste método, entorpeça-se for reasons unknown.
quarta-feira, março 26
segunda-feira, março 24
menor igual a zero
senso comum | materializo o sentimento de todos os excelentíssimos colegas e ilustres desconhecidos que trocaram palavras comigo nos lugares banais em que estive hoje de corpo presente e alma pra lá de distante: sendo que as segundas-feiras são os temerosos fantasmas da vida corporativa, hoje somos vivos-sem-vida arrastados pelos ponteiros neste pós-feriado.
Falta-nos perspectivas.
non sense | minha lamúria é que o corpo presente não acompanha o que a alma pra lá de distante julga o melhor. Sou inundada pelo desejo de mandar todos que devem ir à merda para depois naufragar nos carinhos dos que preciso por perto para sentir-me viva: aos amigos amados (sou ausência); ao homem amado (o tempo nos rouba); a mim (falta-me perspectiva).
Estou sendo condicionada a perder meu feliz exagero.
Falta-nos perspectivas.
non sense | minha lamúria é que o corpo presente não acompanha o que a alma pra lá de distante julga o melhor. Sou inundada pelo desejo de mandar todos que devem ir à merda para depois naufragar nos carinhos dos que preciso por perto para sentir-me viva: aos amigos amados (sou ausência); ao homem amado (o tempo nos rouba); a mim (falta-me perspectiva).
Estou sendo condicionada a perder meu feliz exagero.
tri
Fevereiro e março têm sido meses hardcore pra mim. No entanto, me compenso com uma sincera felicidade que há ao meu redor: da ruiva Tainá em suas conquistas apaixonadas, da grega Alexsandra em batalhas vitoriosas, da pequena Maiume voltando a sorrir purpurinas no coração. Uma aquariana, duas piscianas, três mulheres incríveis na minha vida. Amém.
quarta-feira, março 19
José, o piadista
Hoje é dia de São José, pai-terrestre do Menino Jesus e todo-poderoso da cúpula dos santos das causas impossíveis, dos quais São Judas Tadeu (meu protetor) e Santo Expedito também são membros.
Minha madrinha de batismo, Gina, há anos me falava para fazer uma popular promessa pra São José, pois ele interviria por mim no assunto que me afligia. Por ele ter acesso direto com os manda-chuvas, em 2007 resolvi que era hora de fazer a tal promessa.
É assim: mentalizando seu pedido, com muita fé, você pede a São José. Como prova de sua devoção, você promete que ficará um ano sem comer uma fruta de sua preferência. Então você escreve nuns papeizinhos o nome de sete frutas que gosta muito e sorteia. A fruta escolhida e seus derivados devem ser banidos de sua vida por um ano.
Ano passado, São José percebeu que eu quis driblar a regra e coloquei frutas que poderia viver sem. Entre elas, uva. E uva foi a fruta sorteada. Muito esperto que é, São José baniu minha bebida predileta: vinho. E assim fiquei um ano sem tomar vinho, prosecco, comer arroz à grega e demais derivados de uva.
Na meia-noite de hoje, na comemoração do niver da Gerlova, após 366 dias, já que este ano foi bissexto, eu brindei com vinho tinto. Garanto que valeu o esforço, meu pedido foi atendido com louvor. Amém.
Com o sucesso da promessa, hoje renovei os votos. Antes de tomar o café da manhã (vai que eu como a fruta sorteada?), fiz o mesmo ritual. Fui ao meu quarto, coloquei a imagem de São José na minha frente, agradeci e orei, renovando meu pedido, agora ainda mais ousado.
Escrevi o nome de seis frutas com muita facilidade. A sétima fruta, que faltava para completar o sorteio, demorou a surgir. Fiquei uns bons cinco minutos pensando numa fruta que eu gosto mesmo, pois dessa vez fui decidida a não burlar. Enfim sete frutas em sete papeizinhos, mexe-mexe-mexe, torcendo pra cair cereja, que só dá uma vez por ano. Mas São José é um grande, enorme, gigantesco piadista, minha gente!
A fruta que caiu foi a que eu mais refleti sobre, foi a sétima fruta que selecionei. Para ser atendida em minha súplica, até 19 de março de 2009, estou fadada a resistir, a recusar, a fugir, a negar as tentações vindas do.... CACAU!!!
Mesmo nesta imagem desfocada, reparem que, depois desta artimanha fantástica, São José permanece plácido com o Menino Jesus em seus braços, enquanto que, ao fundo, São Judas Tadeu encontra-se caído e com dores abdominais de tanto rir.
Minha madrinha de batismo, Gina, há anos me falava para fazer uma popular promessa pra São José, pois ele interviria por mim no assunto que me afligia. Por ele ter acesso direto com os manda-chuvas, em 2007 resolvi que era hora de fazer a tal promessa.
É assim: mentalizando seu pedido, com muita fé, você pede a São José. Como prova de sua devoção, você promete que ficará um ano sem comer uma fruta de sua preferência. Então você escreve nuns papeizinhos o nome de sete frutas que gosta muito e sorteia. A fruta escolhida e seus derivados devem ser banidos de sua vida por um ano.
Ano passado, São José percebeu que eu quis driblar a regra e coloquei frutas que poderia viver sem. Entre elas, uva. E uva foi a fruta sorteada. Muito esperto que é, São José baniu minha bebida predileta: vinho. E assim fiquei um ano sem tomar vinho, prosecco, comer arroz à grega e demais derivados de uva.
Na meia-noite de hoje, na comemoração do niver da Gerlova, após 366 dias, já que este ano foi bissexto, eu brindei com vinho tinto. Garanto que valeu o esforço, meu pedido foi atendido com louvor. Amém.
Com o sucesso da promessa, hoje renovei os votos. Antes de tomar o café da manhã (vai que eu como a fruta sorteada?), fiz o mesmo ritual. Fui ao meu quarto, coloquei a imagem de São José na minha frente, agradeci e orei, renovando meu pedido, agora ainda mais ousado.
Escrevi o nome de seis frutas com muita facilidade. A sétima fruta, que faltava para completar o sorteio, demorou a surgir. Fiquei uns bons cinco minutos pensando numa fruta que eu gosto mesmo, pois dessa vez fui decidida a não burlar. Enfim sete frutas em sete papeizinhos, mexe-mexe-mexe, torcendo pra cair cereja, que só dá uma vez por ano. Mas São José é um grande, enorme, gigantesco piadista, minha gente!
A fruta que caiu foi a que eu mais refleti sobre, foi a sétima fruta que selecionei. Para ser atendida em minha súplica, até 19 de março de 2009, estou fadada a resistir, a recusar, a fugir, a negar as tentações vindas do.... CACAU!!!
Mesmo nesta imagem desfocada, reparem que, depois desta artimanha fantástica, São José permanece plácido com o Menino Jesus em seus braços, enquanto que, ao fundo, São Judas Tadeu encontra-se caído e com dores abdominais de tanto rir.
quinta-feira, março 13
My You Me and Us
quarta-feira, março 12
dois toques
Faz muito, muito tempo que não passo por aqui. Quase duas semanas. Vim numa cabeça d´água de trabalhos, horários apertadíssimos, compromissos encavalados, desistências. Vim de bofetadas que ainda doem. Mas vim, por esses dias, com muitos, muitos aprendizados: ganhei verdades de presente..
Há duas semanas no curso de Criação Literária, estou plantando amigos. Gente bem diversa que chega lá para diversos the ends. No meio de tudo isso, olhos arregalados e bocas secas de novidades. Descobertas a cada noite. Está valendo cruzar a cidade no trânsito das seis e meia três vezes por semana. Que eu consiga..
Ontem foi oficina de poesia. Era para levar uma sua ou uma preferida ou uma de 1998 pra cá. Não sou de poesia mas acabo tropeçando nela e, ontem, me alegrei em ouvir somente. Ouvi duas que me soaram como meu presente roxo e meu passado azulado, de tão lindas que trago aqui para você..
POEMA CONCRETO | Tiago de Melo
O que tu tens e queres
saber (porque te dói),
não tem nome. Só tem
(mas vazio) o lugar
que abriu em tua vida
a sua própria falta.
A dor te dói pelo avesso,
perdida nos teus escuros.
É como alguém que come
não o pão, mas a fome.
Sofres de não saber
o que não tens e falta
num lugar que nem sabes,
mas que é na tua vida,
quem sabe é em teu amor.
O que tu tens, não tens.
----------
MUNDO PEQUENO | Manoel de Barros
I
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
----------
Vou prum futuro multicor..
Há duas semanas no curso de Criação Literária, estou plantando amigos. Gente bem diversa que chega lá para diversos the ends. No meio de tudo isso, olhos arregalados e bocas secas de novidades. Descobertas a cada noite. Está valendo cruzar a cidade no trânsito das seis e meia três vezes por semana. Que eu consiga..
Ontem foi oficina de poesia. Era para levar uma sua ou uma preferida ou uma de 1998 pra cá. Não sou de poesia mas acabo tropeçando nela e, ontem, me alegrei em ouvir somente. Ouvi duas que me soaram como meu presente roxo e meu passado azulado, de tão lindas que trago aqui para você..
POEMA CONCRETO | Tiago de Melo
O que tu tens e queres
saber (porque te dói),
não tem nome. Só tem
(mas vazio) o lugar
que abriu em tua vida
a sua própria falta.
A dor te dói pelo avesso,
perdida nos teus escuros.
É como alguém que come
não o pão, mas a fome.
Sofres de não saber
o que não tens e falta
num lugar que nem sabes,
mas que é na tua vida,
quem sabe é em teu amor.
O que tu tens, não tens.
----------
MUNDO PEQUENO | Manoel de Barros
I
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
----------
Vou prum futuro multicor..
domingo, março 2
titulos
Era um happy-hour comum. Chope comum. Numa sexta-feira comum de fevereiro.
A certa altura, alguém solta que é filho do secretário estadual de saúde, outro fala do motorista idiota que se atrasou, outro da nova loja da Shultz que vai inuagurar em maio, outro do império Marabráz e Tok & Stok, da mesma família. Um ri da irmã de 20 anos que bateu o Passat num carro-forte, na entrada da FAAP. Outro diz daquelazinha que passou por ali de nariz empinado, que nem era de família importante e virou sei lá o que na Daslu e ficou patricinha. Risos. Celulares Padra e i-phones não param de tocar. Então combinam de ver Cher no feriado de Corpus Christie - em Vegas, baby.
A filha do zelador e da berçarista estava no meio da alta sociedade paulistana. Entrou de gaiato. Foi bem recebida, se divertiu, conversou com todos, pagou como todos. Na volta, enquanto dirijia na chuva, refletia sobre os títulos da nova corte. Inventou os seus.
O zelador é o coordenador de empreendimento imobiliário,
a berçarista é supervisora psicológica e educacional,
a doméstica é gerente de infra-estrutura domiciliar,
o porteiro é administrador de segurança e logística,
o carroceiro é empreendedor de ecossistema urbano.
E segue.
E pra quem ficou interessado sobre o show, saiba mais em http://www.cher.com/
A certa altura, alguém solta que é filho do secretário estadual de saúde, outro fala do motorista idiota que se atrasou, outro da nova loja da Shultz que vai inuagurar em maio, outro do império Marabráz e Tok & Stok, da mesma família. Um ri da irmã de 20 anos que bateu o Passat num carro-forte, na entrada da FAAP. Outro diz daquelazinha que passou por ali de nariz empinado, que nem era de família importante e virou sei lá o que na Daslu e ficou patricinha. Risos. Celulares Padra e i-phones não param de tocar. Então combinam de ver Cher no feriado de Corpus Christie - em Vegas, baby.
A filha do zelador e da berçarista estava no meio da alta sociedade paulistana. Entrou de gaiato. Foi bem recebida, se divertiu, conversou com todos, pagou como todos. Na volta, enquanto dirijia na chuva, refletia sobre os títulos da nova corte. Inventou os seus.
O zelador é o coordenador de empreendimento imobiliário,
a berçarista é supervisora psicológica e educacional,
a doméstica é gerente de infra-estrutura domiciliar,
o porteiro é administrador de segurança e logística,
o carroceiro é empreendedor de ecossistema urbano.
E segue.
E pra quem ficou interessado sobre o show, saiba mais em http://www.cher.com/
Assinar:
Postagens (Atom)