(homem) Alô
(eu) Alô, bom dia, por favor, a Júlia está?
(homem) Eu sou o marido da Júlia.
(eu) Ah, sim, bom dia, qual o nome do senhor?
(homem-marido) Você quer falar com a Júlia?
(eu) Quero sim. Meu nome é Vanessa, a Edina indicou a Júlia para...
(marido) Olha, peraí que ela tá aqui e você fala com ela.
(marido larga telefone e chama Júlia) Tem uma muié querendo fala côce, é aquela que a Edina falou.
(Júlia) Alô?
(eu) Oi Júlia, bom dia. Meu nome é Vanessa, a Edina trabalha com o meu namorado e indicou você para fazer diárias na minha casa. Eu tô ligando pra saber a disponibilidade.
(Júlia) A que?
(eu) A disponibilidade. Se você pode, qual dia, enfim, pra combinar um jeito bom pra você e pra mim.
(Júlia) Mas o que você quer?
(eu) Olha, Júlia, eu preciso de alguém que vá em casa de 15 em 15 dias pra fazer o grosso, sabe. Eu não tenho filhos nem cachorro, vou pra casa praticamente pra dormir, então você iria pra me ajudar com a faxina e pra passar e guardar as roupas, não precisa cozinhar nem lavar nada, que já tá tudo lavadinho.
(Júlia) Então, é que eu tô parada, né?
(eu) Sim, mas você não se interessa?
(Júlia) De 15 em 15 dias?
(eu) Sim, eu não preciso mais que isso. Eu sou mulher, no geral eu dou um jeito. Trocar lençol, toalha, lavar louça, dar uma varrida, essas coisas eu faço. Eu preciso de alguém que faça a faxina pesada e de 15 em 15 dias é ideal pra mim.
(Júlia) Então, é que eu tô querendo duas vezes por semana pelo menos.
(eu) É Júlia, duas vezes por semana eu não preciso. Eu quero de 15 em 15 dias.
(Júlia) E que dia da semana você quer?
(eu) Olha, Julia, faz 3 semanas que estou sem diarista. Se você pudesse ir amanhã seria ótimo.
(Júlia) Sabe que que é, eu moro longe.
(eu) Tá, mas você não mora aqui na zona sul?
(Júlia) É, então, eu moro no Guarujá.
(eu) Na praia?
(Júlia) Não, no Jardim Guarujá.
(eu) Ah... desculpe... eu não conheço.
(marido ao fundo) Diz que é Valo Velho!
(Júlia) É aqui no Valo Velho.
(eu) Sei.
(Júlia) Conhece?
(eu) Conheço. Viu Júlia, eu moro do lado da Av. Santo Amaro. Conhece a Avenida Água Espraiada?
(Julia) Espraia?
(eu) Espraiada. Avenida Água Espraiada. Eu moro uns 3 quarteirões pra cima, bem pertinho da Santo Amaro.
(marido ao fundo) Diz que é quatro condução pra ir!
(Júlia) Então, é quatro condução pra ir até aí.
(eu) Sim, são duas pra ir, duas pra voltar. Você não tem bilhete único?
(Júlia) Não.
(eu) Tá, então. Isso eu já pagava pra outra moça que trabalhava comigo.
(Júlia) É longe, né?
(eu) É tudo zona sul, né? Mas enquanto você está parada, te interessa?
(marido ao fundo) Num pega não. Diz que é longe.
(Júlia - voz chorosa) É que é longe da minha casa.
(eu) Olha Júlia...
(Júlia - em lamento) Vixe, é longe...
(eu) Interessa ou não?
(Júlia - pausa reflexiva) Assim, não.
(eu) Ah não?
(Júlia) Não.
(eu) Então... podia ter... falado logo, né? Obrigada pelo seu tempo e pelo meu.
(Júlia) Tá. Tchau.
(eu - desabafo final após desligar o telefone) Vai tentar achar faxina no Valo Velho, inferno!
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2 comentários:
haha muitoo bom!!meu deus louca varrida essa ¬¬'
:*
Vou achar uma diarista pra você. Deixa essa doida se afogar no Guarujá!
beijo,
Ana
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