quarta-feira, novembro 5

Cordeiro

Fechamos a porta e os vitrôs. Colocamos a revista de sacanagem na bancada. Ficamos admirando a capa. Bonita a moça, lembrava nossa mãe. Eu virei as primeiras páginas. Chato, muita propaganda. Betinho se irritou e foi logo para as páginas do meio. Agora sim, a moça arreganhada. Ele baixou a tampa da privada, sentou relaxado, abriu o zíper, puxou a revista para ele e o pau pra fora. Eu fiz igual. Abri meu zíper, deixei a calça ir até os joelhos e comecei.

Betinho folheava com uma mão e acelerava com a outra. Não olhava para mim. Eu só olhava para ele. Ele mordia a boca, fechava os olhos, esticava as pernas. Eu só olhava. Ele soltava uns grunhidos. Eu sorria. Ele notou. E me tragou com olhos de sacana e largou a revista para pegar em minha mão. Fiquei de frente pra ele. Ele encarou minha barriga, abraçou minha cintura. Enfiou-se com os dez dedos no meio das minhas coxas, com força. Arranhando. A língua circulava entre meu umbigo e os pêlos finos. A respiração dele tão pesada, úmida. Eu acarinhando seus cachos, minha cabeça zonza inclina para o teto. A luz do fim de tarde deixando a vida avermelhada. Os cacetes, vermelhos.

Meus braços apoiados no box. Encostei meu queixo no peito para viajar naquele vai-e-vem de Roberto: me engolia. Lambia meu saco, mordiscava-me a pele, agarrava minha bunda. Eu amava. Ele me pôs de costas, me inclinou, me abriu. Eu escorregava. Ele enfiou os dedos, dois, três. Eu cedia. Ele soprou-me as costas. Eu tremi, quero agora. Ele me sentou em cima dele. As duas mãos nos ossos da minha bacia, dedilhando a virilha. A cabeça brincando, indo de lá pra cá, tentando me entrar. O primeiro encontro. Meu respirar preso. A cabeça entra rápida. Dor. Dor boa. Vou escorregando, pouco a pouco. Vou deslizando no pau. Desço. Forço um pouquinho. Desço. Afundo. Atolo minhas unhas nele. Ele geme no meu cérebro, gostoso. Roberto me aperta no seu dorso, me eleva e me derruba, quantas vezes quer. Eu deixo. Eu gozo. Ele esparrama em nós. Levanta meu corpo, rápido. Sua porra ainda espirra em mim. Pega uma toalha qualquer e limpa meu carinho.

Estou em pé. Ele beija-me o cu, esfrega boca e narinas até a nuca. Viro. Estamos sem dizeres. Faço Roberto me encarar. Larápio, digo: a coleção de latinhas é minha.

4 comentários:

LEONARDO DE MORAES disse...

Rapaiiz, "bonita a moça, lembrava nossa mãe". Elemento novíssimo, vou usar no meu laboratório. E quanto ao cigarro, fumaça afasta inseto e destila o pensamento. Abs!

Anônimo disse...

Aiii que sucessooooooooooo!! Essa aulaa deve ter sidoo tudo!hahaah Foi pro grisa depois dela??haha Eu iriaaaa se fosse vc!hahah =P AMEU seu textooo.. parabeenss amorr!! To gostando de verr.. vcss estão detonandoo!!! Saudadesssss seduçãoooo!!!! Mill beijossssssssssssssssssss!!

Anônimo disse...

Nossa: prefiro não comentar. Certas coisas são não ditas! hahahahahahahahaha
beijo

LEONARDO DE MORAES disse...

Vc mexeu no texto de novo? Será que eu não tinha percebido o final? Ficou dez - "a coleção de latinhas é minha", rs, rs. Esse moleque vai fazer sucesso na carreira.