segunda-feira, outubro 13

o corpo que sabe

Meu dedo indicador da mão esquerda aprontou uma. Há duas semanas, um espinho de cactus entrou nele. Tão fino que era (o espinho), fincou na pele entre a falange média e a distal, bem na junta onde dobra o dedo. Mordi, chupei, cutuquei e nada dele sair. Desisti e deixei o corpo se virar. O dedo, coitadinho, ficou dolorido e ficou matutando um jeito de expulsar aquele corpo estranho. E eu, impaciente, querendo ajudar, vez ou outra cutucava como se fosse uma espinha o espinho. Só doía mais, ainda não era hora.

Ontem, depois do banho quentinho, hidratante nas mãos: assim como o dedo do gurizinho do filme O Iluminado, meu dedo falou comigo "é agora, me ajuda". Eu só espremi, como fizera antes, mas dessa vez o espinho saiu, todinho, envolto por pus e essas melequinhas sensacionais que têm no corpo da gente. Saiu e parou de doer o dedo. Hoje tá inchadinho, mas mais um dia e pronto, passou, é como se nada tivesse acontecido. "Vamos adiante" disse o dedo para mim.

Boa lição para a semana: tudo que é estranho e desagrada, o corpo elimina.

4 comentários:

Anônimo disse...

Adoooooooooro a citação do Kubrick! e também o retorno tímido de Ilmo, ser sem corpo. Dedinho inchado? I've got an idea...rs Beijo, meu forrozinho-pé-de-serra. Você sabe...

PrimaGêmea disse...

Concordo minha amiga! O corpo é sábio.
Saudades.

PrimaGêmea disse...

Gloriosa,
Escreve mais pra gente...
Tô com saudades de te ler todos os dias.
Beijo enooorme.

Anônimo disse...

fala mulher!!!! tu consegue pegar o capacho de jeito, passa o rodo num suspiro!