segunda-feira, outubro 12

A outra vida

Catherine Millet é outra francesa que conheci na FLIP. Hoje acabei de ler o seu "A outra vida de Catherine M.", autobiografia que mostra a mulher madura enlouquecendo quando descobre que o marido tem "amigas mais novas". Primeiro, achei curioso o fato de serem chamadas de amigas quando, na real, são amantes. Segundo e mais curioso, Catherine ficou conhecida como ícone da liberdade sexual depois do seu "A vida sexual de Catherine M.". Então ficou a dúvida: como pode uma mulher tão liberta ficar em frangalhos ao descobrir a vida paralela do seu homem, se ela mesma vivia em um paralelo alardeado?
Não consegui resposta que me convencesse.
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A cada novo livro eu absorvo o protagonista. Nesses dias de "A outra vida...", F. sofreu com bisbilhotices e indiretas a fim de descobrir as tais amigas que eu tinha intuição da existência. Mais do que uma declaração aberta de "desculpa aí, meu, foi mal", este post é para contar que pude viver nesse mês o drama da desconfiança. Essa mulher se acabou de um jeito que eu nunca achei que alguém poderia. Desde se bater no corredor, de uma parede a outra, por que a dor física a confortava, até ficar paralisada na cama sem um gemido de socorro.
Tudo por ciúme, inveja, frustração.
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Ouço histórias de mulheres que largam a vida por seus pares. E de outras que querem um par a qualquer custo. E de outras que se vendem e são felizes. De outras que pagam. De outras que vivem no paralelo. Sou confidente de muitas mulheres e nenhuma delas se nega a mudança drástica em suas vidas a favor de um par, de um amor. Eu sou uma dessas tantas.
O que tem Catherine e todas nós em comum?

Um comentário:

Débora disse...

ainda tem dúvidas se já não se apaixonou de novo pela literatura?
eu não tenho
adoro você também! admiro!
beijos e parabéns atrasado