segunda-feira, junho 30

constatações

Ao sábado, com urgência. Desde 16 de junho eu estava trabalhando com cargas altíssimas de exigência, nicotina e paciência. Meu corpo já dava sinais de falência: garganta, costas. Até que sexta-feira chegou. Fui para casa. Assisti Lost. Comi qualquer coisa que não lembro. Fiquei bem quietinha. Até que surtei. Achei que precisava de mais carinho e atenção. Liguei para o namorado e exigi: me dê mais carinho e atenção, agora! Ele disse: mas isso não é assim, com esse desespero, como é que eu posso materializar carinho desse jeito? Eu deveria ter continuado quietinha.
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Herdei uma máquina de lavar roupa da década de 1980 quando meus pais compraram uma Brastemp toda modernosa, que aperta botões ao invés de girar seletores. No Brooklin, minha máquina não cabia na área de serviço. Então dei a máquina. Isso faz mais de dois anos. Eu ainda não comprei outra. Lavo roupa na casa dos meus pais. Como não fui lá semana passada, sábado tinha todo o meu guarda-roupa de inverno para lavar. O fato de ter roupa-suja é um grande influenciador às visitas que faço a eles. Sou uma exploradora de pais amáveis. Tenho que comprar uma máquina urgente.
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Em abril, fui convidada para adaptar um roteiro. Fiquei bem feliz mas, até agora, não escrevi uma linha. Abril, minha gente! Soma-se vagabundice, falta de tempo, culpa e aqui estou: comprometida, tão covarde que não desisto e vou arrastando-o comigo. Desculpas-padrão: o final de semana é de tarefas domésticas, visita aos pais, cuidados comigo, encontrar amigos, programas legais e namoro. E não cumpro toda a agenda, é fato. Fui convidada para fazer os diálogos de outro curta. Faz duas semanas. Ainda não escrevi uma linha. Eu quero. Eu duvido. Eu consigo?
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Daí quero ser escritora. Ah, que bonito: escritora. Mas com essa minha perseverança de jegue, fico aqui, escrevendo no blog, blablablas mil, pensando que importância tem isso.
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O mundo é movido a chocolate. Estou passiva e sem chocolate: 3 meses e 11 dias. Toda semana sonho com brigadeiro, mousse, bolo da Amor aos Pedaços, Alpino. Eu devia ter pedido ao santo mais perseverança.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ai Van que saudades de vc.
O bom que te vejo na 4a feira.
Um bj,
DPadi

Julia disse...

Vanz
A frase que me identifiquei mais do que com as minhas próprias...
"Daí quero ser escritora. Ah, que bonito: escritora. Mas com essa minha perseverança de jegue, fico aqui, escrevendo no blog, blablablas mil, pensando que importância tem isso."

Guinéka disse...

Van, como se chama esse tipo de conto onde você faz da sua vida uma história? É disso que eu gosto. Com amor grego.

Débora Costa e Silva disse...

Querida, quanta coisa!
Leio seu texto depois do meu da pressa e seria fácil dizer que tudo gira em torno do tempo, da falta de tempo...
Mas não! O que acontece que certas coisas vamos deixando pra depois? Medo?
To em crise criativa, queria escrever algo mágico. De ontem à noite pra hoje, escrevi 5 páginas de poemas e ensaios de contos que não terminam, não são "fantásticos" e eu to de mal do meu blog...
E fiz meu comentário virar um email com cara de post...droga!
Sobre o chocolate, é promessa?
Beijos!

Débora Costa e Silva disse...

Querida, quanta coisa!
Leio seu texto depois do meu da pressa e seria fácil dizer que tudo gira em torno do tempo, da falta de tempo...
Mas não! O que acontece que certas coisas vamos deixando pra depois? Medo?
To em crise criativa, queria escrever algo mágico. De ontem à noite pra hoje, escrevi 5 páginas de poemas e ensaios de contos que não terminam, não são "fantásticos" e eu to de mal do meu blog...
E fiz meu comentário virar um email com cara de post...droga!
Sobre o chocolate, é promessa?
Beijos!

Anônimo disse...

É, às penso para que nos serve os blog´s, sabe? Aí quando eu leio o seu eu encontro algumas respostas. Essa falta de tempo, essas vontades, desejos, sonhos, tarefas, trabalhos... vejo q não sou louco, ou pelo menos não sou o único por aqui...

é nóis Van!!!

beijão
Ali