Em algum momento, quando vivíamos em Pangea, houve uma divisão que nos distanciou para sempre. Essa divisão chama-se sexo. Não o ato sexual – se bem que tudo converge para isso - e sim a divisão dos gametas: XX para um lado, XY para outro.
As fêmeas, responsáveis por colocar a cria no mundo, selecionam o macho-dominante, aquele que briga e mata pela preferência delas. Logo que o mais forte, mais belo e mais viril vence, as fêmeas cedem e levantam o rabo e são enrabadas e rugem e gritam e esperneiam e mordem e dão coice e o pior – muitas vezes nem gozam. Terminado o serviço, o distinto macho procura outra fêmea para dar continuidade aos seus genes enquanto a fêmea copulada, que poderá jamais rever o macho, se dá conta de que dali em diante, já era.
Hoje, o que há de semelhante?
Em situações sob controle, machos não se estapeiam mais pelas fêmeas. Os tabefes atuais quem ganha são elas. Mas de forma muito civilizada, como exige a época. O tipo mais comum de tabefe é o não-verbal, que consiste no tapa na cara levado quando se pergunta algo ao macho e este se faz incompreensível. Daí as loucas ficam supondo, planejando, imaginando tudo sem se dar mais ao trabalho de perguntar, já que a resposta “que elas querem ouvir” não vem.
Fêmeas perpetuam a seletividade. Mas nenhuma humana pode negar que, entre um porre e outro ou naqueles momentos de desespero, já acabou a noite com um zé-qualquer. Porém, na hora de procriar, ou melhor, na hora de criar uma relação estruturada, são seletivas – tanto que é difícil encontrar alguém no perfil que o filho da puta do Walt Disney implantou em seus cérebros. Para não morrer de inanição durante a procura, serve o zé-qualquer mesmo.
Havendo o ansiado encontro entre paixão, tesão e desejo, machos e fêmeas disputam a liderança do casal aporrinhando um ao outro com as armas que têm. A bazuca delas chama-se D.R., enquanto que eles armam-se da temível D.C.
O preço pago pela companhia do sexo oposto está no equilíbrio entre essas duas forças. Os homens suportam os intermináveis blábláblás da DR – Discussões do Relacionamento. Enquanto as mulheres suportam ouvir o tal “ai, benzinho, vamos tentar, vai, é legal, juro que não dói...” do insistente D.C. – solicitação para dar o cu.
É fato que, quando essas dualidades encontrarem seu eixo harmônico, o planeta viverá pleno. Sem desigualdade, sem fome, sem guerra. Mas até lá, a evolução das espécies nos reservas muitas discussões com os machos e, pedindo com carinho e contando com a sorte, vai que elas cedem?
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3 comentários:
Vanz, meu mambo noturno,
e eu perdi isso?
eu fico cada vez mais encantado com vc. bjos e bjos e bjos e bjos...
Ficou mais suave, mas ainda chocante. Mto bom!
Bjo!
Pex
Adoro!
Você está completando minha semana Sex and the city...faltou aqui o pré-balzaca!
Vou escrever sobre também, demorou!
Beijos!
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