terça-feira, abril 22

pizzarau | augusta





AUGUSTA
produção coletiva pós-etílica não revisada e quase incompreensível
criada em pizzarau na canibal madrugada de 19abr08


Teve pena do irmão quando ele lhe confessou: “preciso de uma namorada”. Pensou em apresentar-lhe a amiga do guichê, que era morena, tinha olhos cor de mel e sorria doce. Mas não tinha peito, ela sabia que seu irmão era fissurado em um par de melões. Se bem que era morena e gostava de sexo Tântrico, achou que era o suficiente, marcou então um chopp na Augusta, qualquer coisa que desse errado, o moleque se jogaria nas primas.

Mas era foda. De novo aquilo? Encontrar uma mina que quer na hora que eu quisesse. No mínimo era puta. Porque meu irmão era um putanheiro, aquele merda. Adoro ele. Aliás, diziam que ele era meio pintudo. Era (algo difícil de admitir) uma coisa que até gostaria de experimentar, já que suas amigas falavam maravilhas dele na cama, e só por dividir seu sangue estava proibida de experimentar.

Começou a sentir um desejo incontrolável. Precisava vê-lo. Ele agora era uma _____ (não da pra entender, parece caca, cala, coisa, sei lá), um desafio, o jogo virou. Queria devorar sua alma, senti-la dentro do seu ser e largá-lo morto, roubando-lhe toda vitalidade para alimentar o seu desejo de vida de amor e loucura.

Ali, na Augusta, tomando chopp, ele pensando “mais uma” e ela “será que é isso tudo mesmo?”. Só havia uma maneira de saber. Alguns chopps, um papo furado entre ambos, apenas mais um fingimento do que realmente queriam. Era sexo. Apenas saber o que cada um tinha e era.

Aconteceu que encontravam-se ao acaso. Ela de preto, seguindo o que a Vogue mandava. Ele de dourado cevada Ambev. Olhavam-se, cheiravam-se, formavam-se um naquele brinde fajuto. Meu irmão e minha amiga, meu sangue e minha puta.

E como todo assunto relativo à beleza, este era mais um relativo à tristeza, uma vez que as vidas ofegantes, no encontro de suas ausências, traduzia-se apenas no anseio de criar novas expectativas. Não me importava mais ver minha puta envolta na colcha de retalhos das primas de meu irmão. Alinhavando, costurando vácuos com a linha fria das ____ (adodões, sei lá), só restava perdoar minha mulher de muitos cotidianos e condenar a existência de um irmão que, por mais ossos que frutificasse do ossário da família, já não merecia a delicadeza de meus pensamentos. Olhos fulminaram.

Era sangue! Não deu tempo para mais nada além de olhar, do cheiro do arrepio que a aproximação do toque lhe causavam. A paixão foi interrompida, na verdade, sequer iniciada. Ele invadiu o quarto, agarrou o primeiro toco de madeira afiada para enterrar nas costas ___ da puta. Seu irmão, com a camisinha já envolta de seu membro, ainda rijo, pulou da cama para tentar evitar o pior. Era tarde, só conseguiu tocar a mão de seu irmão quando ela já estava encharcada de sangue. Um olhar, um arrepio... tarde demais.

Um comentário:

Débora Costa e Silva disse...

Aeeee
Loucura, loucura, loucra, como diria o Luciano Huck...hahahaha
Só para completar a minah parte...
Último parágrafo: costas NUAS da puta.
Adorei Van a montagem das fotos!
Beijos!