Quinta-feira pré-feriado. Ô coisa ótima! Finalmente acordei em um horário bom - bom pra mim, claro. Quis me dar um presente chamado tempo. Resolvi montar a mesa de café da manhã, ouvir música, dar beijo de “bom-dia, amor”, tomar um banho de barba-cabelo-bigode, bem longo. Saí de casa mais de dez da manhã. Foda-se.
Logo ali a Santo Amaro me aguardava para três quilômetros de surpresas no asfalto. A cidade e eu temos um jogo: descobrir as surpresas do caminho. E surpresa é olhar por aí e ver o que é bonito e que passa batido. Tá ali pra você achar. Eu já jogo faz tempo e sou bem treinada. Hoje, meninos, eu vi:
Uma calçada CMYK. Provavelmente um cartucho de tinta em pó para impressora estourou na calçada e coloriu o caminho de cian, magenta, amarelo e preto. Ficou lindão.
Um jardim ambulante. Uma Saveiro levava um monte de copos-de-leite na carroceria, e aí ficou um jardim trafegando bem na minha frente, a 28km/h.
Um muro livre pra você, grafiteiro. Num muro salmão estava grafitado "Permitido Graffitti e Stencil". E vi que ninguém das artes urbanas achou esse achado!
Um moto-dancer-boy. O motoboy parou ao meu lado no farol, ouviu a música do meu carro e sacolejou-se com os dedos no guidão, com os joelhos e com os pés. Põe DJ Tiga e dança comigo, galera.
É ousadia minha, mas eu vou dizer pra você:
Veja mais do que existe. Permita-se sentir. Juro que é bem bom.
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Um comentário:
Olha eu revirando teu blog!
E você já escrevia sobre os momentos romanescos muito antes de aparecer Rezende e Carver na nossa vida, hein garota?
Adoro passear em SP assim também...transformar qualquer stress em poesia, que maravilha!
Beijos!
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