Doismilesete Guedes de Souza
Mais rir de bobeiras a querer esganar os pais é a graça de ser filha única.
Doismilesete on the road
Reconheci Florianópolis, conheci o Rio, vivi Ilhabela, redescobri Sampa.
Doismilesete dindindin
Vestir calcinha amarela na virada e ficar um ano sem comer uvas por promessa para São José valem.
Doismilesete de primeiras vezes
Gritar no rafting, voar no circo, pisar no Maracanã, sambar na quadra da Mangueira.
Doismilesete de peso
Manter-me em torno dos 60kg é orgulho-mor pra ex-balofita.
Doismilesete de ballet moderno
Escola do Movimento Ivaldo Bertazzo.
Doismilesete na pista
The Police, Gotan Project, The Chemical Brothers, Ivete (!), The Killers, Artic Monkeys, Bjork, Juliette and the Lics, Marilyn Manson.
Doismilesete paginado
Almoço Nu, Pé na estrada, Mamíferos, O Casamento, A hora da estrela, A paixão segundo G.H., As pequenas histórias, História do Cerco de Lisboa. Só deu Clarice, Nelson e Saramago, acompanhados sempre de Neruda, sempre de Garcia Marquez. A devoção agora é beatnik.
Doismilesete cinematográfico
O labirinto do fáuno, Não por acaso, Nove canções, The Naked Lunch.
Doismilesete em série
Lost e Roma. Estou tentando Heroes.
Doismilesete XX
Gercina, Gina, Ale, Mai, Tati, Carol, Lu Tetê, Lu Campos, Dani, Thais, Patykixa, Ana Silvia.
Doismilesete XY
Santos, Flávio, Kerges, Fernandinho, Raul, Cris, Marcelo, Zé, Paulo, Gabi.
Doismilesete de entrega
Ser namorada. Ser apaixonada.
quarta-feira, dezembro 26
ano 1
Em minutos pego a estrada, junto com tantos milhares de paulistanos, em busca do ano novo perfeito na praia perfeita com os amigos perfeitos. Eu tenho dó de quem acha que perfeição existe, mas vamos adiante. (Estou tristonha por conta do Corsete, mas preciso desapegar-me agora).
Ficarei uns dias longe da tecnologia, e agradeço. Não quero nem andar de carro, vou trilhando a pé. No máximo, o celular para falar com meus queridos, e só. É que eu preciso de sal e areia no corpo, de sol e paz na alma. Preciso me preparar para o ano de realizações.
Ano 1 = 2+0+0+8.
Ficarei uns dias longe da tecnologia, e agradeço. Não quero nem andar de carro, vou trilhando a pé. No máximo, o celular para falar com meus queridos, e só. É que eu preciso de sal e areia no corpo, de sol e paz na alma. Preciso me preparar para o ano de realizações.
Ano 1 = 2+0+0+8.
CGF1651
Acabamos de nos despedir, eu e meu primeiro carro, o Corsa Super 1.0 16V 4p vermelho, meu Corsete. Desde novembro vem sendo essa maratora, de buscar um novo carro meu, meu novo semi-novo. Hoje acabou. Dia 10 de dezembro paguei a última parcela, de 36 meses. Acabou a alienação, o Corsa ficou meu por menos de um mês. Hoje ele ficou na concessionária, foi a entrada do novo carro. Eu vim de táxi, olhando para o Corsete, e fiquei triste de deixá-lo lá. É só uma máquina, e daí? Eu tô triste a valer.
sexta-feira, dezembro 21
ativados
São 15:53. A agência está um agito só: em minutos saímos para a festa de final de ano da firma. E, mesmo atrasada, eu precisava parar aqui para registrar minha felicidade de ver essa gente toda "ativada", curiosa com as surpresas da festa, entrando lá na computação pra espiar a edição do vídeo. 2008 podia ser festa assim todos os dias.
terça-feira, dezembro 18
segunda-feira, dezembro 17
preferências
Hoje prefiro calar e ouvir a berrar aos surdos.
Mesmo assim, grito e saio esfolada e cansada. E triste.
Prefiro verde a azul, ou verde-azulado e amarelo-esverdeado.
Mas vivo disposta a preferir as cores que o dia preferir.
Prefiro intoxicar-me de remédios do que a dor de esperar a cura.
Mesmo que o corpo seja sábio, eu mesma não sou.
Prefiro homem a moleque.
Melhor: um homem que me faz rir de suas molecagens.
Prefiro poucos amigos à popularidade. E espero que eles entendam.
Talvez prefira verdades disfarçadas do que cruas. Mas verdades.
Hoje prefiro-me como estou.
Mesmo assim, grito e saio esfolada e cansada. E triste.
Prefiro verde a azul, ou verde-azulado e amarelo-esverdeado.
Mas vivo disposta a preferir as cores que o dia preferir.
Prefiro intoxicar-me de remédios do que a dor de esperar a cura.
Mesmo que o corpo seja sábio, eu mesma não sou.
Prefiro homem a moleque.
Melhor: um homem que me faz rir de suas molecagens.
Prefiro poucos amigos à popularidade. E espero que eles entendam.
Talvez prefira verdades disfarçadas do que cruas. Mas verdades.
Hoje prefiro-me como estou.
quarta-feira, dezembro 12
Translação. Em algum momento antes do ciclo se completar eu viro rotação.
Sou obrigada a revirar-me para perceber o que me falta. Giro sem fuga de mim num silêncio imposto pelas minhas amídalas exibidas em pus.
Elas - eu toda - ficaram tão excitadas com a descoberta de Ipanema, com o Maracanã vestido de Coliseo no show do Police e com a quadra pulsante da Mangueira, que explodiram de emoçaõ.
Então, elas - eu toda - se dóem, se calam, se fecham. Sou forçada a entregar-me. Sou forçada a enfraquecer-me. Sou forçada a chorar. Silenciar.
A cura é humildade para pedir ajuda.
Sou obrigada a revirar-me para perceber o que me falta. Giro sem fuga de mim num silêncio imposto pelas minhas amídalas exibidas em pus.
Elas - eu toda - ficaram tão excitadas com a descoberta de Ipanema, com o Maracanã vestido de Coliseo no show do Police e com a quadra pulsante da Mangueira, que explodiram de emoçaõ.
Então, elas - eu toda - se dóem, se calam, se fecham. Sou forçada a entregar-me. Sou forçada a enfraquecer-me. Sou forçada a chorar. Silenciar.
A cura é humildade para pedir ajuda.
quinta-feira, dezembro 6
quarta-feira, dezembro 5
mim, beat
Sonho ou pesadelo: fazer minha própria revolução contra a monotonia e a idolatria dos ícones capitalistas, embriagada de jazz, drogas, sexo livre e pé na estrada?
Meados de 1950: a porralouquice pra mudar o mundo está nas mentes perturbadamente questionadoras da geração Beat, um grupo de americanos abastados de grana e de cultura que fez uma revolução através da literatura.
Jack Kerouac está para entrar pela minha porta, tomar conta da casa, levar minha vida on the road. Daí que eu emputesço por ter nascido no tempo errado: queria ter sido amiga dele, mas só há pouco descobri o mundo.
sexta-feira, novembro 23
entrelinhas
Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema/ Ela faz cinema/ Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual
Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Pevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama
Ela faz cinema/ Ela faz cinema/ Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz
Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que deus ela jura
Que tem coração
E quando o meu coração
Se inflama
Ela faz cinema/ Ela faz cinema/ Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim
Ela faz cinema/ Chico Buarque
Arte: Flávio Carvalho
terça-feira, novembro 13
3
Repara: tudo é inspirado em. Todo signo vem de. Toda palavra soa de. Toda emoção brota de. A vida. A morte. (Você já sabia? Eu soube ontem.)
O caos de São Paulo desencadeou meu processo de interiorização. Para onde eu olhava, lá estava ele: o três. E o que é o três senão o signo do infinito cortado? Não vivemos o infinito, temos um corte. Eu me senti três.
Fui além. O signo do infinito é o número oito, hermético, orgânico, sensual. "Você é oito", a numerologia me taxa. Mas ontem quis virar três, da criatividade, da criança. Confessei.
Pai + mãe + filho. Tríade. Trifelicidade. Paixões a três (ciúme a um). Trinca de frustrações. Tríplice de medos. Trio de vontades. Revela-te em três tempos. Santíssima trindade.
Sigo minha trilogia no que sou: um oito com um corte certeiro, aberto ao que a vida me der, disposto a devolver o que vier. Até que a morte me torne infinito.
O caos de São Paulo desencadeou meu processo de interiorização. Para onde eu olhava, lá estava ele: o três. E o que é o três senão o signo do infinito cortado? Não vivemos o infinito, temos um corte. Eu me senti três.
Fui além. O signo do infinito é o número oito, hermético, orgânico, sensual. "Você é oito", a numerologia me taxa. Mas ontem quis virar três, da criatividade, da criança. Confessei.
Pai + mãe + filho. Tríade. Trifelicidade. Paixões a três (ciúme a um). Trinca de frustrações. Tríplice de medos. Trio de vontades. Revela-te em três tempos. Santíssima trindade.
Sigo minha trilogia no que sou: um oito com um corte certeiro, aberto ao que a vida me der, disposto a devolver o que vier. Até que a morte me torne infinito.
quinta-feira, novembro 8
terça-feira, novembro 6
espera-se esperança
O trecho do e-mail enviado para Gerlova reflete minha atual indignação:
(...)E de resto estamos bem. Dia pacato. Só tentei matar dois mecânicos de novo por conta da minha porta torta. Eles riem de mim. Ri-em! Mas a raiva já passou. Estou elaborando em minha mente um post que se chamará Das desgraças da testosterona no mundo, onde falarei da contribuição masculina para a humanidade feminina: das ofensas no mecânico ao holocausto, das diferenças salariais à transmissão do HPV. Breve, no Prosa Preta Verso Violeta mais próximo de você.
Estava quase certa de que perdi a fé nos homens de guerra e má-vontade da terra. Julguei-os cultivadores do desrespeito, cachorros putos fodedores de qualquer buraco que não saia formiga, fanfarrões que vieram ao mundo pra fazer sarro das emoções estrógenas.
Foi quando achei Seu Manuel, frentista do posto Petrobras da Santo Amaro com a Nebraska. Um senhor nordestino, rosto marcado pelo sol, sorriso de bom dia de sol. Seu Manuel tem jeito de que pega todas no forró, logo seria tão sacana quanto tantos por aí. Mas seu Manuel tem um jeito tão único e surpreendente de tratar os clientes que enche meu dia de otimismo. Ele nem sabe.
Hoje notei que existe esperança para a gentileza. Acreditarei nisso, até o momento em que os homens do meu convivo esbravejarem algo sobre pussycats, tetões, pingo de solda e afins. Temo que será logo.
To be continued...
(...)E de resto estamos bem. Dia pacato. Só tentei matar dois mecânicos de novo por conta da minha porta torta. Eles riem de mim. Ri-em! Mas a raiva já passou. Estou elaborando em minha mente um post que se chamará Das desgraças da testosterona no mundo, onde falarei da contribuição masculina para a humanidade feminina: das ofensas no mecânico ao holocausto, das diferenças salariais à transmissão do HPV. Breve, no Prosa Preta Verso Violeta mais próximo de você.
Estava quase certa de que perdi a fé nos homens de guerra e má-vontade da terra. Julguei-os cultivadores do desrespeito, cachorros putos fodedores de qualquer buraco que não saia formiga, fanfarrões que vieram ao mundo pra fazer sarro das emoções estrógenas.
Foi quando achei Seu Manuel, frentista do posto Petrobras da Santo Amaro com a Nebraska. Um senhor nordestino, rosto marcado pelo sol, sorriso de bom dia de sol. Seu Manuel tem jeito de que pega todas no forró, logo seria tão sacana quanto tantos por aí. Mas seu Manuel tem um jeito tão único e surpreendente de tratar os clientes que enche meu dia de otimismo. Ele nem sabe.
Hoje notei que existe esperança para a gentileza. Acreditarei nisso, até o momento em que os homens do meu convivo esbravejarem algo sobre pussycats, tetões, pingo de solda e afins. Temo que será logo.
To be continued...
domingo, novembro 4
Jamelão. Dunas. Barreiro. Butiá.
Risarada, ventarada, vem o trem, ouve lá.
Gente contente gente de Campo Bom a Tubá.
Liberdade. Minha saudade. Sou feita disso que há.
Quando meus amigos falam de suas infâncias, dos filmes, da moda, da música, eu digo, indignada: vocês não brincavam na rua, não? É que eu não lembro de muitos fatos dos anos 80, nem lembro de ter TV.
O que eu gostava era de subir no pé de jamelão sem saber descer, de correr no barreiro antes de escavarem o barro pra olaria, de encher a boca de areia rolando nas dunas. Quando eu estava dentro de casa era por causa da geada, que até chuva eu encarava. Sempre achei o clarão de raio a coisa mais linda e, como o único pára-raio ficava na torre da Igreja São João Batista, caía raio em todo lugar. Já vi no pasto, no riacho, no quintal, no galinheiro - e, para o pavor de minha mãe, nunca fiquei com medo.
Morria de medo de uma coisa só: do trem. É que vi uma vaca sendo atropelada. E mesmo esse medo foi ligeiro, acabou quando tomei gosto de correr ao lado da Maria Fumaça até que ela me vencia e seguia morro acima tingindo o céu num desenho preto que parecia a letra de Deus. Eu ainda não sabia escrever, mas vivia ouvindo a vó Delícia dizendo ao meu pai: Deus escreve certo por linhas tortas.
Eu sou de São Paulo, nascida na Liberdade, mas meu coração de criança é de Tubarão, de Morro Grande e de Campo Bom. Ainda bem que fugimos pra lá: meu pai voltou para o sul pra achar emprego, enquanto eu achei infância de verdade, de pé no chão e ralado na mão. É disso a minha saudade.
Risarada, ventarada, vem o trem, ouve lá.
Gente contente gente de Campo Bom a Tubá.
Liberdade. Minha saudade. Sou feita disso que há.
Quando meus amigos falam de suas infâncias, dos filmes, da moda, da música, eu digo, indignada: vocês não brincavam na rua, não? É que eu não lembro de muitos fatos dos anos 80, nem lembro de ter TV.
O que eu gostava era de subir no pé de jamelão sem saber descer, de correr no barreiro antes de escavarem o barro pra olaria, de encher a boca de areia rolando nas dunas. Quando eu estava dentro de casa era por causa da geada, que até chuva eu encarava. Sempre achei o clarão de raio a coisa mais linda e, como o único pára-raio ficava na torre da Igreja São João Batista, caía raio em todo lugar. Já vi no pasto, no riacho, no quintal, no galinheiro - e, para o pavor de minha mãe, nunca fiquei com medo.
Morria de medo de uma coisa só: do trem. É que vi uma vaca sendo atropelada. E mesmo esse medo foi ligeiro, acabou quando tomei gosto de correr ao lado da Maria Fumaça até que ela me vencia e seguia morro acima tingindo o céu num desenho preto que parecia a letra de Deus. Eu ainda não sabia escrever, mas vivia ouvindo a vó Delícia dizendo ao meu pai: Deus escreve certo por linhas tortas.
Eu sou de São Paulo, nascida na Liberdade, mas meu coração de criança é de Tubarão, de Morro Grande e de Campo Bom. Ainda bem que fugimos pra lá: meu pai voltou para o sul pra achar emprego, enquanto eu achei infância de verdade, de pé no chão e ralado na mão. É disso a minha saudade.
quarta-feira, outubro 31
nomes
Uma vez me disseram que existe uma pessoa chamada Um Dois Três de Oliveira Quatro. E recentemente ouvi a história de um pai que batizou o filho de Corinthians e se justificou no cartório dizendo que, se existe Marcos Palmeira, Ilya São Paulo e Osmar Santos, seu filho poderia chamar José Corinthians sim!
Eu também tenho histórias fantásticas sobre os nomes da minha família. Acho que sem as facilidades eletrônicas de hoje, meus avós se divertiam criando nomes para os filhos.
Dona Odete, de 1,46m, e Seu Etelvino, de 1,80m, vieram da Bahia para os cafezais do Pontal do Paranapanema e lá nasceram seus 14 filhos, dos quais nove vingaram e um foi agregado. O vô Tévininho quis fazer rima com o sobrenome Guedes e foi muito inventivo ao colocar o nome de todos com G, até que uma hora a criatividade acabou e teve que mudar para J.
Dos Guedes: Gercília, Gercina, Gervina, Generina, Jueci, Juvenil, Jesuína, Juarez, José Roberto e César Eduardo, que só se safou porque, na verdade, é meu primo. A salvação foram os apelidos: minha mãe é Gê, de Gercina; minha madrinha é Gina, de Gervina; Juvenil virou Ju, Jesuína virou Fia e Generina mudou o nome na Justiça para Débora.
O nome campeão é da minha avó paterna, Dona Delícia. Junto com Seu Manuel Theodoro, o vô Dequinha, ela se divertiu nomeando os nove filhos com nomes compostos em homenagem a si mesmos. Ambos já estão no céu, mas até hoje eu não consigo entender como um pomposo Manuel Theodoro vira um singelo vô Dequinha. Acho que é para o casal ficar mais simpático: Delícia e Dequinha... Vamos adiante!
Dos Souza: Edézio Manuel, Euza Delícia, Elásia Delícia, Eládia Delícia, Ediléa Delícia, Paulo Manuel, Cleusa Delícia e, por fim, Maria do Carmo. Tem oito aí. Falta o mais inventivo, que é meu pai. Papaizinho nasceu dia 25 de dezembro e acharam muito pretensioso chamá-lo de Jesus, então virou Nascimento Manuel, em homenagem ao nascimento de Jesus e ao meu avô. De tanto catolicismo, seu apelido virou Santos - que não é sobrenome de ninguém, além do Osmar, que nem da família é.
Eu também tenho histórias fantásticas sobre os nomes da minha família. Acho que sem as facilidades eletrônicas de hoje, meus avós se divertiam criando nomes para os filhos.
Dona Odete, de 1,46m, e Seu Etelvino, de 1,80m, vieram da Bahia para os cafezais do Pontal do Paranapanema e lá nasceram seus 14 filhos, dos quais nove vingaram e um foi agregado. O vô Tévininho quis fazer rima com o sobrenome Guedes e foi muito inventivo ao colocar o nome de todos com G, até que uma hora a criatividade acabou e teve que mudar para J.
Dos Guedes: Gercília, Gercina, Gervina, Generina, Jueci, Juvenil, Jesuína, Juarez, José Roberto e César Eduardo, que só se safou porque, na verdade, é meu primo. A salvação foram os apelidos: minha mãe é Gê, de Gercina; minha madrinha é Gina, de Gervina; Juvenil virou Ju, Jesuína virou Fia e Generina mudou o nome na Justiça para Débora.
O nome campeão é da minha avó paterna, Dona Delícia. Junto com Seu Manuel Theodoro, o vô Dequinha, ela se divertiu nomeando os nove filhos com nomes compostos em homenagem a si mesmos. Ambos já estão no céu, mas até hoje eu não consigo entender como um pomposo Manuel Theodoro vira um singelo vô Dequinha. Acho que é para o casal ficar mais simpático: Delícia e Dequinha... Vamos adiante!
Dos Souza: Edézio Manuel, Euza Delícia, Elásia Delícia, Eládia Delícia, Ediléa Delícia, Paulo Manuel, Cleusa Delícia e, por fim, Maria do Carmo. Tem oito aí. Falta o mais inventivo, que é meu pai. Papaizinho nasceu dia 25 de dezembro e acharam muito pretensioso chamá-lo de Jesus, então virou Nascimento Manuel, em homenagem ao nascimento de Jesus e ao meu avô. De tanto catolicismo, seu apelido virou Santos - que não é sobrenome de ninguém, além do Osmar, que nem da família é.
quarta-feira, outubro 24
certeza
Que Deus e/ou o Universo te ouçam, minha pré-Balzac. Beijos ƒ
(...)
ƒ diz:tem uma certa ironia aí...
vanessa sp. diz:nao percebi a ironia. me explica?
ƒ diz:a ironia eh de eu desejar a você que seu homem não seja um cuzão
ƒ diz:essa sua expectativa coloca em duvida minha personalidade
vanessa sp. diz:muito pelo contrario: se vc fosse cuzao eu nao estaria contigo
ƒ diz:mas se continua pedindo???
ƒ diz:ou entao não sou eu
vanessa sp. diz:eu continuo pedindo pra que vc nunca vire...
vanessa sp. diz:por que tem dessas, neh: o cara é super pra frentex no começo mas, com o tempo, vai se acomodando e fica cuzão
vanessa sp. diz:passa o tempo e o cara desanima...
ƒ diz:ai o cara desanima e vira um cuzão??
vanessa sp. diz:claro que sim! cuzao é o antonimo de atitude
vanessa sp. diz:e você é cheio de atitude, gato ;)
ƒ diz:serei, serei leal contigo, quando cansar dos teus beijos te digo... e tu tambem liberdade terás pra quando quiseres bater a porta sem olhar para trás...
ƒ diz:musica do Cae
vanessa sp. diz:tá bom pra fazer um post com essa conversa
ƒ diz:fique à vonts
(...)
ƒ diz:tem uma certa ironia aí...
vanessa sp. diz:nao percebi a ironia. me explica?
ƒ diz:a ironia eh de eu desejar a você que seu homem não seja um cuzão
ƒ diz:essa sua expectativa coloca em duvida minha personalidade
vanessa sp. diz:muito pelo contrario: se vc fosse cuzao eu nao estaria contigo
ƒ diz:mas se continua pedindo???
ƒ diz:ou entao não sou eu
vanessa sp. diz:eu continuo pedindo pra que vc nunca vire...
vanessa sp. diz:por que tem dessas, neh: o cara é super pra frentex no começo mas, com o tempo, vai se acomodando e fica cuzão
vanessa sp. diz:passa o tempo e o cara desanima...
ƒ diz:ai o cara desanima e vira um cuzão??
vanessa sp. diz:claro que sim! cuzao é o antonimo de atitude
vanessa sp. diz:e você é cheio de atitude, gato ;)
ƒ diz:serei, serei leal contigo, quando cansar dos teus beijos te digo... e tu tambem liberdade terás pra quando quiseres bater a porta sem olhar para trás...
ƒ diz:musica do Cae
vanessa sp. diz:tá bom pra fazer um post com essa conversa
ƒ diz:fique à vonts
terça-feira, outubro 23
Perturbações de uma pré-balzaca
Pré-balzaca faz drenagem linfática por ser mais fácil do que pilates.
Pré-balzaca olha as bolinhas estourando no refri e pensa nas bolinhas estourando na sua bunda.
Pré-balzaca paga mico enquanto sonha com seu semi-novo e o outro motorista acha que é paquera.
Pré-balzaca vive de dieta mas sabe que a felicidade vive num mousse de chocolate.
Pré-balzaca acha que poderia ser mais produtiva do que é, mesmo virando noites trabalhando.
Pré-balzaca vira inimiga mortal do otário que zoou com a amiga, mesmo que ela já esteja em paz com o puto.
Pré-balzaca compra bibelots para guardar bijoux só para comprar mais bijoux.
Pré-balzaca planeja viajar pra Noronha, mas não move um dedo.
Pré-balzaca sonha com sapatos que designer nenhum ousou criar.
Pré-balzaca tolera bêbados na balada. Mas apenas por 29 segundos.
Pré-balzaca compra na Renner, na Zé-Pa, na Empório Naka e na Oscar Freire.
Pré-balzaca acha a vida besta e sai fazendo piercing e tattoo.
Pré-balzaca oferece ajuda com a alma plena em generosidade, mas vira o demônio quando abusam.
Pré-balzaca sai na mão quando nada mais funciona. E depois escreve no blog.
Pré-balzaca reclama de ir na casa dos pais e sai de lá chorando de saudade.
Pré-balzaca tem medo de ficar grávida e tem medo de nunca ficar grávida.
Pré-balzaca pede à Deus e/ou ao Universo que ela ame um homem que até tenha defeitos, mas que nunca-jamais-de-jeito-nenhum seja cuzão.
Que fique claro: pré-balzaca é aquela que passará 365 dias esperando vingar seu ápice de petroleira*, enquanto reza o mantra “força-contra-toda-e-qualquer-gravidade, força-contra-toda-e-qualquer-gravidade, força-contra-toda-e-qualquer-gravidade...”
*Petroleira é a fonte de energia feminina atingida depois dos 30, ou algo assim. Viva Pereio.
Pré-balzaca olha as bolinhas estourando no refri e pensa nas bolinhas estourando na sua bunda.
Pré-balzaca paga mico enquanto sonha com seu semi-novo e o outro motorista acha que é paquera.
Pré-balzaca vive de dieta mas sabe que a felicidade vive num mousse de chocolate.
Pré-balzaca acha que poderia ser mais produtiva do que é, mesmo virando noites trabalhando.
Pré-balzaca vira inimiga mortal do otário que zoou com a amiga, mesmo que ela já esteja em paz com o puto.
Pré-balzaca compra bibelots para guardar bijoux só para comprar mais bijoux.
Pré-balzaca planeja viajar pra Noronha, mas não move um dedo.
Pré-balzaca sonha com sapatos que designer nenhum ousou criar.
Pré-balzaca tolera bêbados na balada. Mas apenas por 29 segundos.
Pré-balzaca compra na Renner, na Zé-Pa, na Empório Naka e na Oscar Freire.
Pré-balzaca acha a vida besta e sai fazendo piercing e tattoo.
Pré-balzaca oferece ajuda com a alma plena em generosidade, mas vira o demônio quando abusam.
Pré-balzaca sai na mão quando nada mais funciona. E depois escreve no blog.
Pré-balzaca reclama de ir na casa dos pais e sai de lá chorando de saudade.
Pré-balzaca tem medo de ficar grávida e tem medo de nunca ficar grávida.
Pré-balzaca pede à Deus e/ou ao Universo que ela ame um homem que até tenha defeitos, mas que nunca-jamais-de-jeito-nenhum seja cuzão.
Que fique claro: pré-balzaca é aquela que passará 365 dias esperando vingar seu ápice de petroleira*, enquanto reza o mantra “força-contra-toda-e-qualquer-gravidade, força-contra-toda-e-qualquer-gravidade, força-contra-toda-e-qualquer-gravidade...”
*Petroleira é a fonte de energia feminina atingida depois dos 30, ou algo assim. Viva Pereio.
domingo, outubro 21
Quando der vontade...
Chore. Compulsivamente ou discretamente, quando não deu certo, quando ficou envergonhada, colando o rosto na parede mais próxima, usando guardanapo para se secar.
Coma. Faça brigadeiro de devorar na panela, pegue o carro e vá no drive-thru, extermine a última bolacha recheada, salive a sobremesa.
Beije. A própria mão, os joelhos que aconchegam o corpo, um bilhetinho carinhoso, o espelho com vapor do banho, o fiel cachorrinho de pelúcia.
Durma. No sofá, no sofá da casa da mãe, no banco de trás do carro, na areia da praia, na grama do parque, no azulejo da varanda.
Finja. Que esqueceu de ligar, que tomou o remédio, que acabou o trabalho, que está ocupadíssima, que saiu da dieta, que nada a detém.
Toque. Grãos no mercadão, cabelos sedosos, brisas, peles amadas, tecidos, tijolos, folhas aprisionadas nas grades da cidade, a cidade.
Se eu pudesse dar conselho, seria isso. Quem te gosta vai entender.
Chore. Compulsivamente ou discretamente, quando não deu certo, quando ficou envergonhada, colando o rosto na parede mais próxima, usando guardanapo para se secar.
Coma. Faça brigadeiro de devorar na panela, pegue o carro e vá no drive-thru, extermine a última bolacha recheada, salive a sobremesa.
Beije. A própria mão, os joelhos que aconchegam o corpo, um bilhetinho carinhoso, o espelho com vapor do banho, o fiel cachorrinho de pelúcia.
Durma. No sofá, no sofá da casa da mãe, no banco de trás do carro, na areia da praia, na grama do parque, no azulejo da varanda.
Finja. Que esqueceu de ligar, que tomou o remédio, que acabou o trabalho, que está ocupadíssima, que saiu da dieta, que nada a detém.
Toque. Grãos no mercadão, cabelos sedosos, brisas, peles amadas, tecidos, tijolos, folhas aprisionadas nas grades da cidade, a cidade.
Se eu pudesse dar conselho, seria isso. Quem te gosta vai entender.
quarta-feira, outubro 17
terça-feira, outubro 16
questões
Hoje ela estava especialmente chata. Conferiu que eram as últimas pílulas da cartela, o que significa TPM logo ali na esquina. É mesmo culpa dos hormônios ou é conveniente culpá-los pelas frustrações femininas?
Hoje a empregada comeu o pão de mel que foi presente de aniversário da madrinha. A cidadã esquece de limpar a sanduicheira, mas não esquece de comer o pão de mel. No outro dia, a ofendida liga com peculiar ironia: comeu? gostou? eu não gostei! Depois deleta a ligação da memória do celular para não lembrar a mesquinharia. Mas é preciso ser bacana com quem folga com a gente?
Hoje encontrou um desafeto no restaurante. Quis passar batido, mas antes pensou em violência contra a canela fina da tal. Acabou que cumprimentou com um beijo de bochecha na face gelada. A língua adormeceu com vontade de xingar: “putinha barata”. Covardona, não fez. Vem cá: tem mesmo que ser agradável com quem fode a gente?
Hoje está doente. Peito cheio, e não é de silicone. Tosse como tosse comprida de cachorro. Foi encontrar a amiga que não via há tempos. Fica pouco, fica culpada. O gato sugere uma visita rápida. Ela hesita pelo messenger. Ele pareceu chateado. Ela sai do barzinho e vai. Fica pouco, fica mais culpada. Como é mesmo que faz para ser onipresente?
Hoje percebeu que acham ela uma baita folgada. Comentou com o amigo que disse “que se foda”. Ela é workaholic, fica brava quando ociosa, sai socando parede. Está odiando ser considerada vida-mansa. Justo ela, que gosta de briga das boas, nessa paz! Quem foi o corno que a convenceu que tem que matar um leão por dia?
Hoje percebeu que a porta do lado do motorista está desalinhada. Ou tentaram arrombar ou o mecânico deixou torto quando trocou a canaleta. A besta comenta as duas opções e o mecânico afirma ser a primeira. Ela sabe que não foi. Puta-que-o-pariu: tem que ser maria na mão de mecânico?
Estou muito questionadora ultimamente.
Hoje a empregada comeu o pão de mel que foi presente de aniversário da madrinha. A cidadã esquece de limpar a sanduicheira, mas não esquece de comer o pão de mel. No outro dia, a ofendida liga com peculiar ironia: comeu? gostou? eu não gostei! Depois deleta a ligação da memória do celular para não lembrar a mesquinharia. Mas é preciso ser bacana com quem folga com a gente?
Hoje encontrou um desafeto no restaurante. Quis passar batido, mas antes pensou em violência contra a canela fina da tal. Acabou que cumprimentou com um beijo de bochecha na face gelada. A língua adormeceu com vontade de xingar: “putinha barata”. Covardona, não fez. Vem cá: tem mesmo que ser agradável com quem fode a gente?
Hoje está doente. Peito cheio, e não é de silicone. Tosse como tosse comprida de cachorro. Foi encontrar a amiga que não via há tempos. Fica pouco, fica culpada. O gato sugere uma visita rápida. Ela hesita pelo messenger. Ele pareceu chateado. Ela sai do barzinho e vai. Fica pouco, fica mais culpada. Como é mesmo que faz para ser onipresente?
Hoje percebeu que acham ela uma baita folgada. Comentou com o amigo que disse “que se foda”. Ela é workaholic, fica brava quando ociosa, sai socando parede. Está odiando ser considerada vida-mansa. Justo ela, que gosta de briga das boas, nessa paz! Quem foi o corno que a convenceu que tem que matar um leão por dia?
Hoje percebeu que a porta do lado do motorista está desalinhada. Ou tentaram arrombar ou o mecânico deixou torto quando trocou a canaleta. A besta comenta as duas opções e o mecânico afirma ser a primeira. Ela sabe que não foi. Puta-que-o-pariu: tem que ser maria na mão de mecânico?
Estou muito questionadora ultimamente.
id
Manoela Joaquina diz:
eu quero ser surpreendida.
quero que você venha.
quero que apareça do nada.
e que faça tudo.
eu quero ser surpreendida.
quero que você venha.
quero que apareça do nada.
e que faça tudo.
segunda-feira, outubro 15
Joaquim faz arte
gran premier
Minha estréia em eventos ocorreu no feriado de 12 de outubro. A Miksom criou e produziu Tech Circus para Microsoft, uma megaprodução no Royal Palm Plaza de Campinas, onde mais de 600 convidados (200 CIOs e suas famílias) foram os astros do espetáculo. Abaixo, clicks dos bastidores:
Turma do cadastramento para workshops circences: a de peruca laranja sou eu
Los 3 criativos: Marcelo e Zé foram os grandes parceiros
Gente que faz: Sula, Michelle e Grael (e Zé, enxerido)
Chefinho barba azul: Paulo Suplicy, diretor artístico, mestre de cerimônia e pirata
Turma do cadastramento para workshops circences: a de peruca laranja sou eu
Los 3 criativos: Marcelo e Zé foram os grandes parceiros
Gente que faz: Sula, Michelle e Grael (e Zé, enxerido)
Chefinho barba azul: Paulo Suplicy, diretor artístico, mestre de cerimônia e pirata
just fly
quarta-feira, outubro 10
Street art salva hotel no centrão
Bem ali no centro antigo de São Paulo, na tal Cracolândia, os paulistanos observam as iniciativas privada e pública com a mão na massa – e no bolso – em prol da restauração do patrimônio arquitetônico da cidade. Mas, para um hotel que há 30 anos lutava sozinho pela sobrevivência, esta iniciativa bateu na trave.
O projeto parou há um quarteirão da esquina formada pelas ruas Conselheiro Nébias e General Osório. É lá que o Gávea Hotel resiste corajosamente, mas quase dando adeus para a cena paulistana, principalmente depois que um F1 Hotel aportou na outra esquina, lá onde o projeto de revitalização está a toda.
Seu Amaral, o dono, é um radical apaixonado por Harley Davidson há 80 anos. E radicalizou de vez: cansou de ver o seu pedaço no escanteio e chamou Luciana Campos, arquiteta expert em cenografia, para transformar o Gávea Hotel em um hotel temático – adivinha de que? – de motos. Nasceu assim o Daytona Art Hostel, homenagem à cidade onde ocorre o maior encontro de motoqueiros do mundo.
A street art é a pérola do projeto. Para dar toda a atitude urbana contemporânea que o Daytona merece, o grafite é para a arquitetura do hotel o que a tatuagem é para os motociclistas. E por isso muita gente bacana foi aderindo ao projeto de coração flamejando.
Luciana mergulhou nesse mundo e conheceu Highraff, artista de fama internacional que também se apaixonou pela idéia e convidou Binho Ribeiro, um dos maiores grafiteiros do Brasil e engajadíssimo na cena da street art, que se empolgou completamente na hora. A identidade visual de fortes amarelos, vermelhos e pretos é criação de Luciana e do designer Fernando Spinola (o Mujek OW).
A grana escassa transformou o difícil em solução à moda brasileira: Binho montou um evento para grafiteiros e conseguiu patrocinadores que contribuíram com material ou dinheiro.
Agora o resultado: 10 artistas ficarão hospedados em dez quartos, transformando paredes e corredores num templo à street art e às motos invocadas.
A maratona começa dia 11 (5a feira) e termina dia 13 (sábado), quando todos comemoram a proeza na cobertura do Hotel e os quartos ficam abertos à visitação. Boa pedida para quem vai ficar morgando em Sampa neste feriadão.
Vá lá:
Daytona Art Hostel
Rua Conselheiro Nébias, 445 (esquina com General Osório)
Visitação: sábado, 13 de outubro, a partir das 17h.
O projeto parou há um quarteirão da esquina formada pelas ruas Conselheiro Nébias e General Osório. É lá que o Gávea Hotel resiste corajosamente, mas quase dando adeus para a cena paulistana, principalmente depois que um F1 Hotel aportou na outra esquina, lá onde o projeto de revitalização está a toda.
Seu Amaral, o dono, é um radical apaixonado por Harley Davidson há 80 anos. E radicalizou de vez: cansou de ver o seu pedaço no escanteio e chamou Luciana Campos, arquiteta expert em cenografia, para transformar o Gávea Hotel em um hotel temático – adivinha de que? – de motos. Nasceu assim o Daytona Art Hostel, homenagem à cidade onde ocorre o maior encontro de motoqueiros do mundo.
A street art é a pérola do projeto. Para dar toda a atitude urbana contemporânea que o Daytona merece, o grafite é para a arquitetura do hotel o que a tatuagem é para os motociclistas. E por isso muita gente bacana foi aderindo ao projeto de coração flamejando.
Luciana mergulhou nesse mundo e conheceu Highraff, artista de fama internacional que também se apaixonou pela idéia e convidou Binho Ribeiro, um dos maiores grafiteiros do Brasil e engajadíssimo na cena da street art, que se empolgou completamente na hora. A identidade visual de fortes amarelos, vermelhos e pretos é criação de Luciana e do designer Fernando Spinola (o Mujek OW).
A grana escassa transformou o difícil em solução à moda brasileira: Binho montou um evento para grafiteiros e conseguiu patrocinadores que contribuíram com material ou dinheiro.
Agora o resultado: 10 artistas ficarão hospedados em dez quartos, transformando paredes e corredores num templo à street art e às motos invocadas.
A maratona começa dia 11 (5a feira) e termina dia 13 (sábado), quando todos comemoram a proeza na cobertura do Hotel e os quartos ficam abertos à visitação. Boa pedida para quem vai ficar morgando em Sampa neste feriadão.
Vá lá:
Daytona Art Hostel
Rua Conselheiro Nébias, 445 (esquina com General Osório)
Visitação: sábado, 13 de outubro, a partir das 17h.
segunda-feira, outubro 8
overgria
Confesso: a palavra alegria tem me dado enjôo. A ditacuja é superexposta com um exagero de dar dó, com coisas demais agregadas à pobre. É usada assim, por usar, como uma qualquer. Usa-se tanto que ficou oca. Confesso mais: eu mesma cuspi para cima: usei a tal até cansar e de tanto usar fiquei mais com raiva do que compadecida de sua banalização.
Felicidade, sua colega, é mais comprida, mais imaginativa e mais gostosa de brincar. É feita de feliz + idade. É nome de novela das seis das antigas e de cidade. Flui em cinco sílabas sem consoante-trava-língua. Felicidade enche a boca só de falar.
Felicidade, sua colega, é mais comprida, mais imaginativa e mais gostosa de brincar. É feita de feliz + idade. É nome de novela das seis das antigas e de cidade. Flui em cinco sílabas sem consoante-trava-língua. Felicidade enche a boca só de falar.
vale
Alexsandra Gerlova. Júlia Fregona. Juliana Nappo. Flávio Carvalho. Thais Wright. Carolina Oliveira. Vanessa Pacheco. Silvia Santos. Luciana Cotrim. Ana Foryan. Rodrigo Oliveira. Gabriel Almeida.
Por essas pessoas, vale a visita acelerada ao Brooklin. Encontrei-os na saída do prédio da antiga "firma". A maioria rumou para a Arno (meu antigo cliente, meu sempre xodó e, até o momento, a empresa que mais gostei de criar). As três primeiras beldades me acompanharam em um almoço cotidiano daqueles de cinco anos atrás, com papos de Lost e Heroes. Os dois últimos trombei pelas calçadas apertadas do bairro superlotado sem infra-estrutura urbana. Até tropecei em pedras no meio do caminho, que não valem mais palavras que estas. MAS ACIMA DE TUDO vivi a felicidade do delicioso chocolate do NYCNYC, com pedaços de cookie chorados como cortesia, acompanha pela minha amiga-tríade.
Por esses momentos, vale saudade. Saudade de uma turma gigantesca para almoçar. Saudade dos chocolates regados a novidades e fofoquinhas pueris ou sádicas. Saudade de ir na Mooca apresentar campanha. Saudade de fugir para o fumódromo. Saudade de caminhar até o trabalho. Saudade de voltar de carona e ganhar beijo de boa noite, toda noite.
Por esses motivos, vale acreditar. É que construir novos espaços, fagocitar novos amigos e encantar novos clientes dá um baita trabalho, mas um dia também vai dar saudade.
Bom é viver assim, de conquistas. E vale!
Por essas pessoas, vale a visita acelerada ao Brooklin. Encontrei-os na saída do prédio da antiga "firma". A maioria rumou para a Arno (meu antigo cliente, meu sempre xodó e, até o momento, a empresa que mais gostei de criar). As três primeiras beldades me acompanharam em um almoço cotidiano daqueles de cinco anos atrás, com papos de Lost e Heroes. Os dois últimos trombei pelas calçadas apertadas do bairro superlotado sem infra-estrutura urbana. Até tropecei em pedras no meio do caminho, que não valem mais palavras que estas. MAS ACIMA DE TUDO vivi a felicidade do delicioso chocolate do NYCNYC, com pedaços de cookie chorados como cortesia, acompanha pela minha amiga-tríade.
Por esses momentos, vale saudade. Saudade de uma turma gigantesca para almoçar. Saudade dos chocolates regados a novidades e fofoquinhas pueris ou sádicas. Saudade de ir na Mooca apresentar campanha. Saudade de fugir para o fumódromo. Saudade de caminhar até o trabalho. Saudade de voltar de carona e ganhar beijo de boa noite, toda noite.
Por esses motivos, vale acreditar. É que construir novos espaços, fagocitar novos amigos e encantar novos clientes dá um baita trabalho, mas um dia também vai dar saudade.
Bom é viver assim, de conquistas. E vale!
quarta-feira, outubro 3
pierce me, baby
150 quilos de simpatia recheado de tiradas ótimas e com uma mão leve que não dói nadica de quase nada. Esse é Zumba, meu piercer querido, que colocou meu mais recente brinquedinho.
Indicação do Kerges que eu passo adiante.
Vá lá: Divina Arte Tattoo e Piercing
Rua Quatá, 700, Vl Olímpia
www.divinaartetattoo.com.b
terça-feira, outubro 2
2.9 de potência
Arte: Kerges Design
27 de setembro teve felicidade no meu ninho. Teve os queridos fazendo festa com barulho de festa. Teve muita vodka e teve cerveja faltando. Teve tim-tim com champanhe. Teve vizinha psicopata reclamando pelos corredores.
Teve parabéns pra você na meia-noite e meia de 28 de setembro: pré-balzaca e feliz à beça. Teve bagunça quase com o sol raiando.
Teve libélulas pairando em plena Santo Amaro. Teve reunião em São Caetano do Sul. Teve almoço solitário e teve até tristeza. Teve fuga de reunião de alinhamento às 18h. Teve fim da novela.
Teve meus primeiros lírios e teve sentido único. Teve Andy Fletcher para minha emoção e Pachá para minha ojeriza. Teve descanso sete e meia da manhã de 29 de setembro.
Teve o fim de setembro. Ainda bem, se não perderia os pulmões.
27 de setembro teve felicidade no meu ninho. Teve os queridos fazendo festa com barulho de festa. Teve muita vodka e teve cerveja faltando. Teve tim-tim com champanhe. Teve vizinha psicopata reclamando pelos corredores.
Teve parabéns pra você na meia-noite e meia de 28 de setembro: pré-balzaca e feliz à beça. Teve bagunça quase com o sol raiando.
Teve libélulas pairando em plena Santo Amaro. Teve reunião em São Caetano do Sul. Teve almoço solitário e teve até tristeza. Teve fuga de reunião de alinhamento às 18h. Teve fim da novela.
Teve meus primeiros lírios e teve sentido único. Teve Andy Fletcher para minha emoção e Pachá para minha ojeriza. Teve descanso sete e meia da manhã de 29 de setembro.
Teve o fim de setembro. Ainda bem, se não perderia os pulmões.
sexta-feira, setembro 28
Jorrar
Maiume Takeuti e Tatiana Abreu me deram os presentes mais inusitados desse dia - e me fizeram chorar de alegria, depois de umas tristezas corriqueiras, me surpreendendo com uma sinceridade boa assim:
http://garbosatriade.blogspot.com/2007/09/de-tanto-pensar-que-faltavam-palavras.html
http://primagemea.blogspot.com/2007/09/28-e-29-em-28.html
http://garbosatriade.blogspot.com/2007/09/de-tanto-pensar-que-faltavam-palavras.html
http://primagemea.blogspot.com/2007/09/28-e-29-em-28.html
quinta-feira, setembro 27
Manson, Mai & me
Ele grita grosso, ele grita fino, ele mostra a bunda, ele mostra o pau - e a galera passa mal!
Maiume e eu fomos assistir ao retorno de Marilyn Manson a São Paulo após 10 anos. 26 de setembro, Via Funchal, de camarote! Somente nós éramos as fãs de verdade no camarote: pegamos nossos drinks turbinados, grudamos na grade e gritamos, dançamos, amamos por demais.
Acho Manson incrivelmente sexy. Não ele, propriamente. Mas aquelas músicas, com seus graves e agudos, dá vontade danada de fazer festinha.
Maiume e eu fomos assistir ao retorno de Marilyn Manson a São Paulo após 10 anos. 26 de setembro, Via Funchal, de camarote! Somente nós éramos as fãs de verdade no camarote: pegamos nossos drinks turbinados, grudamos na grade e gritamos, dançamos, amamos por demais.
Acho Manson incrivelmente sexy. Não ele, propriamente. Mas aquelas músicas, com seus graves e agudos, dá vontade danada de fazer festinha.
terça-feira, setembro 25
domingo, setembro 23
agora
Prometi para mim mesma que no segundo semestre eu tiro o atraso de tudo. E comecei fazendo sem me dar conta. Já em julho mudei de ares empregatícios, em agosto eliminei vícios e, de setembro em diante, fui fazendo festa na vida sem pensar muito. E festa é assim: vale fuzuê no trânsito se o mar chama, vale fila na porta se a sonzeira chama, vale mandar a dieta às picas se a cerveja chama, vale perrengue financeiro se o carro novo chama, vale esmagar o tempo se o amor chama.
Inconseqüente, não. Mas pra que culpa?
Leveza e desapego são meus ideais palpáveis.
A felicidade tá me chamando faz tempo mas eu tava com a mente entupida de cera de ouvido (só pode ser).
Inconseqüente, não. Mas pra que culpa?
Leveza e desapego são meus ideais palpáveis.
A felicidade tá me chamando faz tempo mas eu tava com a mente entupida de cera de ouvido (só pode ser).
quarta-feira, setembro 19
fênix
Franja reta. Óculos escuros. Calça skinny. Loura. Franja lateral. Sapatilha. Minissaia. Maxibolsa. Magra. Óculos de grau. Casaqueto. Franjão. Boné. Rasteirinha. Cabelão. Cintão. Boina. Ruiva. Calça cargo. Bota de salto fino e cano longo. Chanelzinho. Fofinha. Maxissaia. Biquíni. All-star. Morena. Sandalhão. Bolerinho. Coturno. Gorda. Bolsinha. Cintinho. Mechas. Terninho. Trench coach. Trapézio. Maiô. Legging. Frente-única.
Já tava na hora de mudar a cara do blog também.
Já tava na hora de mudar a cara do blog também.
terça-feira, setembro 18
mar de gente
Quando o homem se ergueu sobre dois pés, libertou as mãos, descobriu sua primeira ferramenta - a pedra, que atirou para ferir o inimigo. Civilizou-se!
"(...) de acordo com os novos princípios, é permitido a todo indivíduo que tenha consciência da verdade, seguir sua vida como bem entender. (...) Como Deus e a imortalidade não existem, é permitido ao homem novo tornar-se um homem-deus, seja ele o único no mundo a viver assim." (Dostoievsky)
Inferno astral de descobertas, de súplicas, de fúrias, de entregas. Intenso, como antes eu gostava e como agora gosto menos, pois cansa. Tempo de questionar, de refletir dentro fora lados. Vigor para recuperar o esquecido. Redescobri nos olhos de Ivaldo Bertazzo que paz existe. E senti vibrar, no tambor dos pés de seus bailarinos, meu sonhar - ressurgir de corpo, alma e esperança. Ainda há fé.
Tive a iluminação de conhecer o coreógrado Ivaldo Bertazzo e a honra de assistir ao seu trabalho semana passada, no Auditório Ibirapuera. Foi rendição plena.
Mar de gente é o primeiro espetáculo da Cia TeatroDança Ivaldo Bertazzo, fruto do Grupo Dança Comunidade/SESC onde Bertazzo capacitou jovens de periferias paulistanas para o ingresso no mercado de trabalho artístico
"(...) de acordo com os novos princípios, é permitido a todo indivíduo que tenha consciência da verdade, seguir sua vida como bem entender. (...) Como Deus e a imortalidade não existem, é permitido ao homem novo tornar-se um homem-deus, seja ele o único no mundo a viver assim." (Dostoievsky)
Inferno astral de descobertas, de súplicas, de fúrias, de entregas. Intenso, como antes eu gostava e como agora gosto menos, pois cansa. Tempo de questionar, de refletir dentro fora lados. Vigor para recuperar o esquecido. Redescobri nos olhos de Ivaldo Bertazzo que paz existe. E senti vibrar, no tambor dos pés de seus bailarinos, meu sonhar - ressurgir de corpo, alma e esperança. Ainda há fé.
Tive a iluminação de conhecer o coreógrado Ivaldo Bertazzo e a honra de assistir ao seu trabalho semana passada, no Auditório Ibirapuera. Foi rendição plena.
Mar de gente é o primeiro espetáculo da Cia TeatroDança Ivaldo Bertazzo, fruto do Grupo Dança Comunidade/SESC onde Bertazzo capacitou jovens de periferias paulistanas para o ingresso no mercado de trabalho artístico
segunda-feira, setembro 17
simples
FC: 1 ano entre tropeços e avanços eh uma vidinha já, neh?
FC: uma loucura!
VG: você está feliz?
FC: sim, claro!
FC: parec?
FC: perece?
FC: ou não?
VG: é que vc, com essa neura de nao querer virar "casal", as vezes me preocupa. eu fico com o pé atrás de te "agarrar de mais ou de menos".
VG: se é de mais, te sufoco. se é de menos, vc acha que não te quero mais.
VG: precisarei de mais um tempo pra saber a medida. e quer saber de uma coisa?
VG: o dia que achar a medida vai ficar um porre de chato!!!
FC: ahahahaha
FC: aja naturalmente, eu responderei tambem na mesma medida
VG: por isso que nem me preocupo em encontrar a fórmula. tá lindo assim, de mais e de menos.
FC: seja sempre o que eh vc, tao autentica
FC: que eh isso uma das coisas que gosto em você
VG: eba!
VG: isso vai sem esforço algum. livre, livre. peguei isso de vc emprestado e nao devolvo mais.
FC: o que? a vontade de ser livre?
VG: ser livre com você
FC: lindabonita
domingo, setembro 16
saco preto
Poucas pessoas têm a honra de comprovar, na prática, o quanto um amigo ama você. Eu sou uma dessas felizardas.
16 de setembro de 2006
Imigrantes, trecho Cubatão
Aproximadamente 14h
Céu cinza. Na estrada, voltando de dias de sol e diversão em Maresias, o Corsete da Guedes encarava a subida da serra com braveza e determinação. A motorista e sua co-piloto, Gerlova, seguiam pacificamente o caminho rumo à Sampa. No entanto, logo adiante, um fato marcaria suas vidas.
Entre garoa e ventania, elas avistam um saco preto. Parecia ter volume: podia ser entulho, podia ser pedra, podia ser desova de um corpo. Era preciso mudar de pista, mas o filho da puta do motorista do caminhão ao lado não deixava a manobra ser realizada.
Milisegundos de decisão: é preciso passar pelo lado do saco preto e manter a aceleração. Se houver algo concreto, a motorista voará pelo vidro frontal. Foi quando aconteceu. Alexsandra Gerlova se colocou em frente ao corpo de Vanessa Guedes, segurou o volante com as duas mãos e ordenou: "vai"!
Eu fui. Acelerei, passei, nada aconteceu com o carro. Mas, com a minha vida, aconteceu o surpreendente conhecimento: Gerlova me deu uma prova de amor oferecendo sua vida para proteger a minha.
Thelma & Louise vira fichinha depois dessa.
16 de setembro de 2006
Imigrantes, trecho Cubatão
Aproximadamente 14h
Céu cinza. Na estrada, voltando de dias de sol e diversão em Maresias, o Corsete da Guedes encarava a subida da serra com braveza e determinação. A motorista e sua co-piloto, Gerlova, seguiam pacificamente o caminho rumo à Sampa. No entanto, logo adiante, um fato marcaria suas vidas.
Entre garoa e ventania, elas avistam um saco preto. Parecia ter volume: podia ser entulho, podia ser pedra, podia ser desova de um corpo. Era preciso mudar de pista, mas o filho da puta do motorista do caminhão ao lado não deixava a manobra ser realizada.
Milisegundos de decisão: é preciso passar pelo lado do saco preto e manter a aceleração. Se houver algo concreto, a motorista voará pelo vidro frontal. Foi quando aconteceu. Alexsandra Gerlova se colocou em frente ao corpo de Vanessa Guedes, segurou o volante com as duas mãos e ordenou: "vai"!
Eu fui. Acelerei, passei, nada aconteceu com o carro. Mas, com a minha vida, aconteceu o surpreendente conhecimento: Gerlova me deu uma prova de amor oferecendo sua vida para proteger a minha.
Thelma & Louise vira fichinha depois dessa.
quinta-feira, setembro 13
silogismo
Ignorantes nada sabem, nada viram.
Lula nada sabe, nada viu.
Logo, Lula é ignorante.
Silogismo é a argumentação lógica perfeita desenvolvida por Aristóteles. É composta por três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das duas primeiras (as premissas) é possível deduzir uma conclusão.
A conclusão, aqui, é que nada se conclui. Quisera eu acreditar que o país que eu presido vive numa caótica esbórnia e eu nunca, jamais, em hipótese alguma tenha me conscientizado disso. Adoraria ser um homem bem cuzão assim. Mas não sou: nutro raiva por homens sem atitude, covardes, medrosos. Enfim, cuzões inatos.
Felizes são os ignorantes. Feliz é você, Presidente.
Lula nada sabe, nada viu.
Logo, Lula é ignorante.
Silogismo é a argumentação lógica perfeita desenvolvida por Aristóteles. É composta por três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das duas primeiras (as premissas) é possível deduzir uma conclusão.
A conclusão, aqui, é que nada se conclui. Quisera eu acreditar que o país que eu presido vive numa caótica esbórnia e eu nunca, jamais, em hipótese alguma tenha me conscientizado disso. Adoraria ser um homem bem cuzão assim. Mas não sou: nutro raiva por homens sem atitude, covardes, medrosos. Enfim, cuzões inatos.
Felizes são os ignorantes. Feliz é você, Presidente.
quarta-feira, setembro 12
na marra
Acabo de ser atropelada.
Foi assim: estava passando na frente de um prédio. Um Civic preto saiu da garagem e bateu em mim. Não caí. O carro não parou. Continuei sendo empurrada enquanto dava ridículos pulos para me equilibrar. Caí. O carro parou. Levantei. O carro parado. Olhei para a motorista, menina nova que tremia. Olhei para a passageira, menina nova que ria. Ria não, gargalhava. Baixou a fúria dos bálcãs. Chamei as duas pra briga: "desce e pede desculpa! Desce!" Não desceram. Não falaram. Seguranças aparecem. Transeuntes aplaudem. Perco o salto mas não perco o estilo. Apaguei o cigarro no capô. Esmurrei o capô. Afundei o capô. Só parei quando uma senhora no banco de trás pedia desculpas dizendo que ela está aprendendo. E aprendeu mesmo, no susto. Só falta aprender a respeitar as pessoas.
Nesse longo aprendizado, irmãos, eu vos digo:
loura classuda também faz barraco.
Foi assim: estava passando na frente de um prédio. Um Civic preto saiu da garagem e bateu em mim. Não caí. O carro não parou. Continuei sendo empurrada enquanto dava ridículos pulos para me equilibrar. Caí. O carro parou. Levantei. O carro parado. Olhei para a motorista, menina nova que tremia. Olhei para a passageira, menina nova que ria. Ria não, gargalhava. Baixou a fúria dos bálcãs. Chamei as duas pra briga: "desce e pede desculpa! Desce!" Não desceram. Não falaram. Seguranças aparecem. Transeuntes aplaudem. Perco o salto mas não perco o estilo. Apaguei o cigarro no capô. Esmurrei o capô. Afundei o capô. Só parei quando uma senhora no banco de trás pedia desculpas dizendo que ela está aprendendo. E aprendeu mesmo, no susto. Só falta aprender a respeitar as pessoas.
Nesse longo aprendizado, irmãos, eu vos digo:
loura classuda também faz barraco.
fagocitose
Fagocitose é o englobamento e digestão de partículas sólidas e microorganismos por fagócitos ou células amebóides. Ocorre quando o sistema imunológico identifica um corpo estranho que será englobado e digerido pelos leucócitos. Um grande aumento de leucócitos no sangue indica processo infeccioso. É aí que está o problema.
Tenho me sentido como um fagócito ultimamente. Estou me alimentando de tantas partículas estranhas (lê-se problemas alheios) que criei um processo infeccioso na minha vida. Vou explodir de tanto comer problema.
Tô bem animada em virar uma célula alheia aos dramas banais. É por isso que assumi um regime de restrição fagocitóica. Se eu ficar na minha, deixo de abocanhar partículas que não me pertencem e sigo meu fluxo vital na corrente sangüínea. Linda, leve e loura.
E se um dia eu precisar que alguém fagocite meus microorganismos problemáticos, eu peço. Mas só peço depois de usar meus próprios pseudópodos e perceber que uma célula sozinha nem sempre faz verão. Juro que antes tento fagocitar sozinha.
Tenho me sentido como um fagócito ultimamente. Estou me alimentando de tantas partículas estranhas (lê-se problemas alheios) que criei um processo infeccioso na minha vida. Vou explodir de tanto comer problema.
Tô bem animada em virar uma célula alheia aos dramas banais. É por isso que assumi um regime de restrição fagocitóica. Se eu ficar na minha, deixo de abocanhar partículas que não me pertencem e sigo meu fluxo vital na corrente sangüínea. Linda, leve e loura.
E se um dia eu precisar que alguém fagocite meus microorganismos problemáticos, eu peço. Mas só peço depois de usar meus próprios pseudópodos e perceber que uma célula sozinha nem sempre faz verão. Juro que antes tento fagocitar sozinha.
quarta-feira, setembro 5
tic-tic-tac
Acho que já nasci atrasada. É incrível como me penalizo por conta de uns ponteiros idiotas que cismam em me colocar amarras. "Chegue às nove". "Mas que horas mesmo eu saio"? "Não sai". Como se já não me bastasse a angústia matutina de ser pontual, fazendo da programação global meu cronometro pessoal, agora me flagrei na angústia permanente de estar em todos os lugares onde querem que eu esteja, de fazer todas as coisas que querem que eu faça. Quando é que alguém vai perguntar se eu quero? Ninguém vai perguntar. Mas eu já tô ficando bem puta da cara com essa minha omissão de bundão. Dá uma dor danada dizer não pra quem se ama, mas na prática o sim tá ferrando comigo.
quinta-feira, agosto 30
segunda-feira, agosto 27
bah!
Neste domingo, vivi plena. Compartilhei horas de alegria ao lado de três mulheres que amo e que vieram de distintos momentos da vida.
A Kassi nasceu e, para comemorar a vinda da priminha, papai e mamãe fizeram festinha. Exatos nove meses depois eu cheguei. A primeira frase que está na memória remota: "Eu duvido que tu gritas mais alto que eu". Hoje, fazemos griteiro quando necessário. Nem tente provocar.
A Mai, gótica de tudo, foi corajosa ao puxar papo com uma certa loira esnobe já no primeiro dia de aula do Mackenzie. A primeira frase foi na sala de aula: "Que tanto que você escreve nesse cartão?". Hoje, responsabilizo a mocinha por descobrir minha vocação. Deveria pagá-la por isso.
A Dani, agitada até dizer chega, foi a primeira amiga na Ponto após três meses de almoços solitários. A primeira conversa foi no ponto de ônibus da Berrini: "tô cansada disso! logo logo compro meu carro". Hoje, já está no segundo carro. É capaz comprar o terceiro antes de eu pagar o meu.
Ontem foi uma noite histórica.
sábado, agosto 25
desequiLibra
Não gosto, eu amo. Não gosto, eu odeio.
Não como, devoro. Não como, abstenho.
Não durmo, iberno. Não durmo, insone.
Não bebo, vomito. Não bebo, choro.
Não ouço, grito. Não ouço, finjo.
Não peço, imploro. Não peço, te ignoro.
Não falo, mio. Não falo, amigdalite.
Não procuro, caço. Não procuro, desapareço.
Não vou, já estou. Não vou, culpa que só vendo.
Não dou, entrego. Não dou, me nego.
Tem gente que acha bonito ser intensa.
Eu tenho achado um exagero bem do besta.
Não como, devoro. Não como, abstenho.
Não durmo, iberno. Não durmo, insone.
Não bebo, vomito. Não bebo, choro.
Não ouço, grito. Não ouço, finjo.
Não peço, imploro. Não peço, te ignoro.
Não falo, mio. Não falo, amigdalite.
Não procuro, caço. Não procuro, desapareço.
Não vou, já estou. Não vou, culpa que só vendo.
Não dou, entrego. Não dou, me nego.
Tem gente que acha bonito ser intensa.
Eu tenho achado um exagero bem do besta.
agosto
Tu me levaste, eu fui... Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.
Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.
Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil...
E para a glória do teu ser mais franco
Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco.
:::Soneto de Agosto, Vinicius de Moraes
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.
Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.
Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil...
E para a glória do teu ser mais franco
Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco.
:::Soneto de Agosto, Vinicius de Moraes
terça-feira, agosto 21
desapego
Quis tanto de tudo que fiquei cansada.
Daí concluí que o que é meu, vem.
E o que não é, há de ser de alguém.
Hoje, "De tanto amor minha vida se tingiu de violeta" assumiu-se mutante. É que o tanto pode ser pouco. O minha pode ser nossa. E o violeta estava se sentindo muito sozinho nesses últimos tempos e chamou o preto para brincar com ele.
Prosa preta verso violeta. Mudar é inteligente.
Daí concluí que o que é meu, vem.
E o que não é, há de ser de alguém.
Hoje, "De tanto amor minha vida se tingiu de violeta" assumiu-se mutante. É que o tanto pode ser pouco. O minha pode ser nossa. E o violeta estava se sentindo muito sozinho nesses últimos tempos e chamou o preto para brincar com ele.
Prosa preta verso violeta. Mudar é inteligente.
domingo, agosto 19
espelho
Temendo que eu me perdesse em locais de multidão, como na rua Direita, no Centro de Sampa, ela disse: se você se perder, fica parada num canto que eu volto pra te buscar. Um dia aconteceu. Ela voltou e me buscou.
***
Percebendo minha tietagem infantil, ela convenceu um segurança a me deixar subir no palco do show que o Juninho Bill estava fazendo no Parque da Água Branca. Teve que suportar cantada do brutamontes mas me pôs do ladinho do ídolo-mirim.
***
Era verão, a piazada brincava aos berros até que, de repente, silêncio. Ela, que estava na cozinha, estranhou e foi ver o que havia. Encontrou a concunhada me chacoalhando com ira por conta da barulheira. Não pestanejou: voou pra cima da tia-bruxa e desceu a lenha nela.
***
Inverno daqueles brabos. Eu, mocinha vaidosa, queria por que queria usar saia sem meia de lã. Ela disse que eu passaria frio. Eu teimei, disse que não não não. Sábia, ela deixou eu sair do jeito que eu queria. Cinco minutos depois pedi para voltar pra casa. Queria colocar uma calça.
***
1981. Casada, com uma filha pequenucha e fã do Fred Mercury. Surgiu a grande chance e ela não quis nem saber: se vira marido que a filha também é tua! Lá foi ela para o Estádio do Morumbi em São Paulo assistir ao show do Queen com as amigas, aquelas mesmas que também se jogaram no show do Alice Cooper.
**********
Hoje é aniversário dela. Minha mãe, meu espelho. Ela fez o que pôde, o que não pôde, o que sonhou. É. Ela me ensinou preciosidades.
Por isso e por tanto mais, leoa, eu sou sua. Sempre.
parou!
Já passaram a mão na minha bunda. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão nas minhas idéias. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão em homem meu. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão nas minhas blusinhas. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão na minha grana. Não. Dessa vez não vou ficar quieta. O que é isso, meu? Parou com essa putaria!
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, diz que não é filiado a partidos políticos, tampouco deseja mamar nas tetas do governo usufruindo de algum cargo público. Eu mesma não sei nada da vida dele, mas o cara teve uma iniciativa bacana: colocou meninas na av. Paulista para arrecadar assinaturas para um abaixo-assinado contra a prorrogação da CPMF. E se você, assim como eu, raramente passa por lá mas acha um puta absurdo os bundões de Brasília mandarem e desmandarem no seu dinheiro, eis uma forma de manifestar sua indignação.
Acesse www.contraacpmf.com.br e participe.
Pode me chamar de vaca. Pode me chamar de trouxa.
Mas não põe a mão no meu bolso que eu viro fera, cacete!
Já passaram a mão nas minhas idéias. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão em homem meu. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão nas minhas blusinhas. Eu deixei pra lá.
Já passaram a mão na minha grana. Não. Dessa vez não vou ficar quieta. O que é isso, meu? Parou com essa putaria!
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, diz que não é filiado a partidos políticos, tampouco deseja mamar nas tetas do governo usufruindo de algum cargo público. Eu mesma não sei nada da vida dele, mas o cara teve uma iniciativa bacana: colocou meninas na av. Paulista para arrecadar assinaturas para um abaixo-assinado contra a prorrogação da CPMF. E se você, assim como eu, raramente passa por lá mas acha um puta absurdo os bundões de Brasília mandarem e desmandarem no seu dinheiro, eis uma forma de manifestar sua indignação.
Acesse www.contraacpmf.com.br e participe.
Pode me chamar de vaca. Pode me chamar de trouxa.
Mas não põe a mão no meu bolso que eu viro fera, cacete!
quinta-feira, agosto 16
agressões
Quem disse que a vida é fácil?
Ninguém. Todo mundo sabe que não é.
Porém poderia ser mais harmoniosa, mais justa.
Começou com o banal, com uma prestação de serviço. Fui à Sapataria do Futuro da Vl Nova Conceição pedir o conserto do ziper do pé esquerdo da minha bota preta predileta e pinceladas de cola nas solas dos dois pés. Pedi em primeiro de agosto e eis o primeiro desgosto: o pé direito sumiu, o acabamento ficou um lixo, não passaram a cola, não entregaram no prazo. A mocinha que agora tenta me ajudar, depois do arregaço que eu fiz, me ligou para perguntar o que é essa tal de propaganda boca-a-boca negativa que eu falei ontem. Respondi como prestadora de serviço que sou: vai eu esquecer de entregar uma campanha no prazo, vai eu danificar o produto do meu cliente, vai eu perder informações - simplesmente eu tô fudida! Alguém duvida?
Segundo ato. No carro, absorvida pelo trânsito da Santo Amaro. Paro o dial quando ouço a locutora: "é o seu dinheiro que eles querem continuar sugando até 2011". A Jovem Pan FM relata a extensão da CPMF, aquele que era um imposto provisório. Em 2003, nossos representantes se comprometeram a findar tal imposto em dezembro deste ano. Porém, nosso amado Governo solicita que o prazo se extenda. Mais impostos para regar os pastos do Renan. Já puta por dentro da roupa mas ainda firme, vem a próxima notícia sobre o porteiro que assassinou a arquiteta. Os demais moradores achavam o jovem rapaz de 32 anos um doce, que sempre abria a porta do elevador e adorava crianças. Hitler era vegetariano, adorava artes, não bebia e não fumava. Alguém duvida?
Agora, de brinde, um desrespeito ao cidadão pedestre que todos somos. Ainda no trânsito, lutando para atravessar os três quilometros entre minha casa e meu trabalho, o sinal verde surge e eu não acelero. Não acelero porque um senhor ainda não terminou de atravessar a rua. O imbecil da Ranger atrás de mim buzina, se esgoela, dá farol alto às nove da manhã. O senhor atravessa, olha para mim e sorri. Para o filha da puta da Ranger, uma mensagem: eu acredito em justiça divina e em violência urbana. Alguém duvida?
Assédio moral e sexual juntos às 9h30? Sim, também temos. Vindo da pracinha onde estaciono, vejo dois "distintos" jovens senhores (provavelmente casados e com filhas ou irmãs ou primas e cujo trabalho consiste em fazer a segurança de um prédio residencial) revirar os olhos, contorcer a boca, coxixar, dar risinho asqueroso, desde o início do quarteirão até quando passo por eles, quando sou obrigada a ouvir "aquele" tipo de comentário nojento. Mulher, independente, bem-sucedida e humilhada diariamente com comentários machistas de baixo-calão. Alguém duvida?
Não, amigos. Ainda não terminou. No elevador, indignada e já pensando em relatar tudo isso aqui, encontro com a atendimento no elevador. Então recebo a notícia de que o cliente quer que usemos uma logomarca horrorosa criada pela agência de propaganda, que tentou se aproximar ao nosso conceito criativo mas cagou no pau. Alguém duvida?
São Paulo tem hoje um lindo dia de agosto, um sol morno e um céu azul acinzentado. É dia de celebração. É noite de amigos. Ainda dá tempo de corrigir o rumo. Eu não duvido.
Ninguém. Todo mundo sabe que não é.
Porém poderia ser mais harmoniosa, mais justa.
Começou com o banal, com uma prestação de serviço. Fui à Sapataria do Futuro da Vl Nova Conceição pedir o conserto do ziper do pé esquerdo da minha bota preta predileta e pinceladas de cola nas solas dos dois pés. Pedi em primeiro de agosto e eis o primeiro desgosto: o pé direito sumiu, o acabamento ficou um lixo, não passaram a cola, não entregaram no prazo. A mocinha que agora tenta me ajudar, depois do arregaço que eu fiz, me ligou para perguntar o que é essa tal de propaganda boca-a-boca negativa que eu falei ontem. Respondi como prestadora de serviço que sou: vai eu esquecer de entregar uma campanha no prazo, vai eu danificar o produto do meu cliente, vai eu perder informações - simplesmente eu tô fudida! Alguém duvida?
Segundo ato. No carro, absorvida pelo trânsito da Santo Amaro. Paro o dial quando ouço a locutora: "é o seu dinheiro que eles querem continuar sugando até 2011". A Jovem Pan FM relata a extensão da CPMF, aquele que era um imposto provisório. Em 2003, nossos representantes se comprometeram a findar tal imposto em dezembro deste ano. Porém, nosso amado Governo solicita que o prazo se extenda. Mais impostos para regar os pastos do Renan. Já puta por dentro da roupa mas ainda firme, vem a próxima notícia sobre o porteiro que assassinou a arquiteta. Os demais moradores achavam o jovem rapaz de 32 anos um doce, que sempre abria a porta do elevador e adorava crianças. Hitler era vegetariano, adorava artes, não bebia e não fumava. Alguém duvida?
Agora, de brinde, um desrespeito ao cidadão pedestre que todos somos. Ainda no trânsito, lutando para atravessar os três quilometros entre minha casa e meu trabalho, o sinal verde surge e eu não acelero. Não acelero porque um senhor ainda não terminou de atravessar a rua. O imbecil da Ranger atrás de mim buzina, se esgoela, dá farol alto às nove da manhã. O senhor atravessa, olha para mim e sorri. Para o filha da puta da Ranger, uma mensagem: eu acredito em justiça divina e em violência urbana. Alguém duvida?
Assédio moral e sexual juntos às 9h30? Sim, também temos. Vindo da pracinha onde estaciono, vejo dois "distintos" jovens senhores (provavelmente casados e com filhas ou irmãs ou primas e cujo trabalho consiste em fazer a segurança de um prédio residencial) revirar os olhos, contorcer a boca, coxixar, dar risinho asqueroso, desde o início do quarteirão até quando passo por eles, quando sou obrigada a ouvir "aquele" tipo de comentário nojento. Mulher, independente, bem-sucedida e humilhada diariamente com comentários machistas de baixo-calão. Alguém duvida?
Não, amigos. Ainda não terminou. No elevador, indignada e já pensando em relatar tudo isso aqui, encontro com a atendimento no elevador. Então recebo a notícia de que o cliente quer que usemos uma logomarca horrorosa criada pela agência de propaganda, que tentou se aproximar ao nosso conceito criativo mas cagou no pau. Alguém duvida?
São Paulo tem hoje um lindo dia de agosto, um sol morno e um céu azul acinzentado. É dia de celebração. É noite de amigos. Ainda dá tempo de corrigir o rumo. Eu não duvido.
segunda-feira, agosto 13
perdida
Agora o que eu vou fazer nas noites de segunda-feira sem ter Lost?
( ) Esperar o rodízio municipal permirtir que eu trafegue
( ) Dedicar-me com devoção à uma madrugada de trabalho
( ) Arrancar bifes na manicure, arrancar útero na depilação
( ) Deitar mais cedo (já que dormir cedo é impossível)
( ) Tagarelar horas a fio com minhas amigas (e com mamãe)
( ) Conversar com o porteiro pelo interfone
( ) Fazer a compra semanal no Pão de Açúcar da Sto Amaro
( ) Faxinar, lavar louça, arrumar armário, lavar a porra da geladeira
( ) Ver The History Channel, Discovery Channel, Any Fucking Channel
( ) Atualizar a leitura de periódicos, de livros, de blogs, de bulas
( ) Visitar a vizinha, por falta de vizinho
( ) Praticar yoga, pilates, natação, sexo, hidroginástica
( ) Pintar a juba, retocar o esmalte, destruir a sobrancelha
( ) Tomar uma cerva, tomar um chá, tomar no cu
Não perca tempo! Opine já! Sua opinião é muito importante para...
pra quem mesmo?
( ) Esperar o rodízio municipal permirtir que eu trafegue
( ) Dedicar-me com devoção à uma madrugada de trabalho
( ) Arrancar bifes na manicure, arrancar útero na depilação
( ) Deitar mais cedo (já que dormir cedo é impossível)
( ) Tagarelar horas a fio com minhas amigas (e com mamãe)
( ) Conversar com o porteiro pelo interfone
( ) Fazer a compra semanal no Pão de Açúcar da Sto Amaro
( ) Faxinar, lavar louça, arrumar armário, lavar a porra da geladeira
( ) Ver The History Channel, Discovery Channel, Any Fucking Channel
( ) Atualizar a leitura de periódicos, de livros, de blogs, de bulas
( ) Visitar a vizinha, por falta de vizinho
( ) Praticar yoga, pilates, natação, sexo, hidroginástica
( ) Pintar a juba, retocar o esmalte, destruir a sobrancelha
( ) Tomar uma cerva, tomar um chá, tomar no cu
Não perca tempo! Opine já! Sua opinião é muito importante para...
pra quem mesmo?
domingo, agosto 12
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